A ascensão do São Paulo de time desacreditado a candidato ao título brasileiro está diretamente ligada ao uruguaio Diego Aguirre. Nesta noite, o clube paulista é o rival do Grêmio, na Arena, pelo Brasileirão. Contratado em março, digeriu eliminações no Paulistão e na Copa do Brasil antes de colocar a mão na massa e no vestiário para construir o vice-líder do Brasileirão.
Algumas medidas foram decisivas. A primeira foi arrumar a defesa e estancar os frequentes gols de bola parada. Depois, inseriu Diego Souza no processo com um ultimato: se não transpirar, está fora. Diego afinou a silhueta, passou a treinar com empenho e virou titular do ataque.
No grupo, houve troca de liderança. Petros era uma referência, mas falava mais do que o recomendável no vestiário. Nenê assumiu o posto. O meia de 37 anos havia trabalhado com Aguirre no Catar. Foi chamado para uma conversa olho no olho.
Ouviu do uruguaio a pergunta que todo jogador sonha escutar: onde prefere jogar? Nenê ganhou confiança e virou a referência técnica do time. A cereja do bolo foi a chegada de Everton, buscado no Flamengo. Encaixou como uma luva no time.
Conhecedor do ambiente do São Paulo, o colega André Hernan, do Sportv, resume como Aguirre transformou o São Paulo:
— Ele mudou a postura do time. Ele tem pontos inegociáveis, como a entrega e um time intenso nos 90 minutos, e uma premissa: só joga quem treina bem — diz o repórter.
Pode-se perceber que, em nenhum momento nesse texto, tratou-se de rodízio, o rótulo com o qual o uruguaio saiu de Porto Alegre. Mas ele existe no São Paulo. Na zaga, costuma alternar Anderson Martins, Arboleda e Bruno Alves desde que perdeu Rodrigo Caio, por cirurgia no pé.