Estava tudo preparado para que a revitalização do Cais Mauá, em Porto Alegre, finalmente se tornasse uma realidade. Foram anos de tentativas frustradas para embelezar a área dos armazéns entre a Usina do Gasômetro e a rodoviária, abrangendo 3 quilômetros de potencial inexplorado. No festivo leilão de fevereiro, o consórcio Pulsa foi declarado vencedor, trazendo a esperança de transformação.
Porém, a enchente recente colocou tudo em pausa. E compreender isso é inevitável, pois o local foi uma das áreas mais afetadas pela tragédia. A promessa de assinar o contrato em maio se perdeu em meio às incertezas. Segundo a Secretaria da Reconstrução Gaúcha, não será mais neste ano.
Os projetos previam transformar armazéns em lojas, bares e restaurantes, e as docas em áreas residenciais e comerciais. Mas uma questão crucial permanece: o que fazer com o muro? Planejava-se remover parte dele para criar um sistema de proteção moderno, promovendo a integração entre o Guaíba e a avenida Mauá, permitindo que as pessoas circulassem livremente.
Agora, após as inundações, surge a dúvida: essa mudança é realmente viável? A revitalização é necessária, mas não podemos ignorar o risco de novas enchentes. A ideia atual é substituir o muro por uma proteção dupla: uma parte fixa de 1,26 metros e outra móvel de 1,74 metros, que seria ativada conforme necessário. A mudança ainda está sendo estudada. Esperamos que funcione bem.
Enquanto aguardamos uma definição para o Cais Mauá, ao menos o Cais Embarcadero, ao lado da Usina do Gasômetro, vai reabrir em breve, no dia 12. O bonito complexo de lazer e gastronomia ficou fechado por mais de seis meses. Agora, revitalizado e ainda marcado pela força das águas, voltará à vida com mais lojas e mais espaços. Compreendemos que traumas existem, mas não há ressentimentos com o Guaíba.
Portanto, seguimos esperançosos, torcendo para que as projeções se concretizem. Que o Cais Mauá renasça, seguro e acolhedor, trazendo novos ares para Porto Alegre.