Leandro Staudt

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Desde o ano 2000 na Rádio Gaúcha, é apresentador do programa Gaúcha+. Sempre curioso sobre a vida no passado, o jornalista adora boas histórias. Na coluna em GZH traz curiosidades sobre fatos, lugares, empresas, produtos e pessoas.

Almanaque Gaúcho
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Lembrança do auge da ferrovia do Litoral Norte

Trens transportaram passageiros e mercadorias até 1960

Leandro Staudt

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Por quase 40 anos, o Litoral Norte teve uma ferrovia para transporte de passageiros e mercadorias. O trem ligava Osório a Palmares do Sul, onde ocorria a conexão com embarcações para outras cidades. Por água e trilhos, o viajante poderia chegar a Porto Alegre.

Em 1921, aproveitando o comércio nas lagoas litorâneas, a empresa Serviços de Transporte entre Palmares do Sul a Torres (STPT) inaugurou a linha férrea de Osório a Palmares do Sul, em uma extensão de 53 quilômetros. Substituindo as carretas, vagões passaram a transportar passageiros, mercadorias e gado.

O STPT contava com cinco locomotivas em viagens que duravam três horas. O historiador Rodrigo Trespach recorda que a número 200 era chamada de “Alemoa” devido a sua procedência. As outras quatro, construídas na Inglaterra, receberam numeração 201, 202, 203 e 204.

O ponto de partida era o porto de Osório, localizado às margens da Lagoa do Marcelino. A linha passava pelo centro da cidade, na Estação Urbana. As outras três estações eram Passinhos, Rancho Velho e Rio Palmares

Em edição de 1929, a Revista do Globo publicou foto da estação férrea junto ao porto de Palmares do Sul, mostrando embarcação, locomotiva e vagões carregados de madeira. É uma lembrança dos tempos de movimento da ferrovia.

O complexo de navegação e ferrovia foram desativados em dezembro de 1960. Nos últimos tempos, uma locomotiva percorria o trecho uma vez por semana, a 20 km/h, transportando cargas e raros passageiros. A construção das rodovias reduziu o movimento no "trenzinho", que acumulava prejuízos.

A locomotiva 203, construída pela Hunslet Engine Company em 1918, foi salva da sucata pelo empresário Lauro Febernatti, que a deixou em exibição durante anos no parque Pampas Safari, em Gravataí. Em 2018, a família Febernatti a doou à prefeitura de Osório.  Após restauro, a locomotiva foi colocada em frente ao Museu da Via Férrea, em uma réplica da Estação Urbana.

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