Minha infância foi nos anos 1980. É incrível como as memórias continuam intensas. Talvez, em parte, lembranças construídas nos álbuns de fotografias daquele tempo. Os oitentistas estão entre os mais nostálgicos.
O Brasil viveu a redemocratização e a hiperinflação naquela década. A TV ofereceu programas icônicos. No cenário musical, surgiram grandes bandas nacionais, principalmente de rock. A propaganda fortaleceu marcas e produtos.
No programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, conversamos com a escritora Mariana Claudino, autora do Almanaque Anos 80. Lançado em 2004, vendeu mais de 150 mil exemplares. Agora, o livro escrito em parceria com Luiz André Alzer ganha edição comemorativa de 20 anos.
— Eu comecei a década com 6 anos e terminei com 16 anos. Brinquei muito com jogo de tabuleiro e também no Atari. A década foi uma transição do analógico para o digital — comentou Mariana na entrevista.
A edição comemorativa traz prefácio de Leo Jaime, nome de destaque da música e da TV nos anos 80. O livro apresenta lembranças desde os episódios de Armação Ilimitada até o primeiro Rock in Rio, passando pelos bastidores de filmes como De volta para o futuro e os inesquecíveis programas de auditório.
Mariana Claudino cita vários motivos que explicam tanta nostalgia dos anos 1980, desde a abertura política até a qualidade da produção cultural, como música, filmes, propagandas e programas de TV.
Assista a entrevista. Comentamos nossas preferências daquela década.
Curiosidades do Almanaque Anos 80:
- Os três maiores vencedores do Qual é a música? foram Ronnie Von (25 vitórias), Silvio Brito (24) e Gretchen (23). Nahim brigou na Justiça para ser reconhecido como o maior ganhador.
- Na primeira edição do Rock in Rio, foram consumidos 1,6 milhão de litros de bebida, 900 mil sanduíches, 33 mil tubos de mostarda, 500 mil fatias de pizza, 800 quilos de gel para cabelo e 123 mil quilômetros de papel higiênico.
- Bastavam 15 minutos no congelador para o Ice Pop ficar pronto. Mas isso só funcionava no comercial da TV.
- Os suspeitos do crime no jogo Detetive: Coronel Mostarda, Srta. Rosa, Dona Branca, Sr. Marinho, Professor Black e Dona Violeta.
- O saquinho rosa e vermelho do Mini Chicletes Adams trazia exatas 155 unidades.
- A Chiquinha, do Chaves, tinha 13 pintinhas no rosto.
- Na trilogia Indiana Jones, foram usados dois mil ratos, sete mil cobras e 50 mil insetos, entre baratas, lacraias e escorpiões.
- No terceiro disco da Xuxa, diziam que se girasse ao contrário a música Ilariê ouvia-se uma mensagem do demônio. Muita gente arrebentou a vitrola para conferir.
- A caneta Replay, que vinha com uma borrachinha na ponta, virou febre em 1983. Mas comerciantes espertalhões começaram a alterar o valor dos cheques dos clientes. Acabou proibida.
- “Dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola e picles num pão com gergelim”. Em 1988, quem falasse o jingle do McDonald's em menos de 5 segundos numa das lanchonetes da rede ganhava uma Coca-Cola.
- O programa de TV Perdidos na Noite, que Fausto Silva estreou em 1984, iria se chamar Barrados no Baile. Mas, na época, Eduardo Dusek quis cobrar 10 milhões de cruzeiros pelos direitos do título e a produção não topou.
- O famoso detetive MacGyver já deteve um vazamento de ácido sulfúrico com uma barra de chocolate, desarmou um míssil usando clipes de papel e sabotou um sinal de trânsito com cartões de crédito.