Leandro Staudt

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Desde o ano 2000 na Rádio Gaúcha, é apresentador do programa Gaúcha+. Sempre curioso sobre a vida no passado, o jornalista adora boas histórias. Na coluna em GZH traz curiosidades sobre fatos, lugares, empresas, produtos e pessoas.

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Casa Bothomé: história de mansão do Moinhos de Vento

Restauração de palacete da década de 1930 integra projeto imobiliário em Porto Alegre

Leandro Staudt

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Um belo casarão da década de 1930 vai ganhar vida nova em Porto Alegre. Incorporado a novo projeto imobiliário no bairro Moinhos de Vento, o palacete da Rua Barão de Santo Ângelo está na fase de restauração. Por oito décadas, a casa pertenceu à família Bothomé.

Aprovado pela prefeitura em 1936, o projeto da mansão é do engenheiro italiano Armando Boni. Ele foi professor da Escola de Engenharia e responsável por obras como a concha acústica do primeiro Auditório Araújo Vianna, do Cemitério São Miguel e Almas e do edifício da Livraria do Globo

A encomenda foi feita pelo empresário Guido Corbetta. A obra de 400 metros quadrados, em estilo eclético, tem dois pavimentos. No segundo andar, ficavam os quatro dormitórios. 

Em 1941, antes de se mudar para São Paulo, Corbetta vendeu a residência ao libanês Elias Bothomé, que a ofereceu como presente de casamento para a esposa, Loris. O imigrante era comerciante de tecidos, proprietário de uma loja que levava o seu nome na Rua Voluntários da Pátria, no Centro Histórico. Bothomé teve importante atuação comunitária, presidiu a Sociedade Libanesa e fundou a Igreja Maronita.

A última moradora da mansão foi Jussara Kalil Bothomé, filha de Elias e Loris. Ela conta que os pais, depois do casamento em 1942, foram morar na mansão. Lá, criaram Jussara e o irmão Clóvis. Mais tarde, em obra que durou três anos, a família realizou reforma e ampliação. 

A casa virou um espaço de muitos eventos sociais. Na mansão, por exemplo, aconteciam chás para arrecadar recursos para o Solar Monte Líbano, um lar para idosos.

— Lembro de muitas festas, em especial das bodas de prata dos meus pais e dos meus 15 anos. Os libaneses gostam muito de receber os amigos — recorda Jussara. 

O imóvel abrigará as áreas sociais do empreendimento Barão 428, da WOSS Incorporadora. Uma torre de apartamentos ficará ao lado da casa. O arquiteto Evandro Eifler Jr., especialista em patrimônio histórico, conta que o projeto de restauração prevê a preservação da fachada e de partes internas, como a escadaria de mármore. A mansão é inventariada como Estruturação pela prefeitura de Porto Alegre.

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