Os circos ainda encantam adultos e crianças, mas não são mais os mesmos do século 20. As últimas duas décadas foram marcadas por grandes mudanças nos espetáculos. Por leis municipais e estaduais, ficou proibida a apresentação de animais adestrados, que eram as grandes atrações. Depois da proibição em Porto Alegre, deputados gaúchos também aprovaram a legislação, válida para todo o Estado desde 2009.
Em 2023, assisti ao espetáculo do Mirage Circus, do ator e empresário Marcos Frota, em Porto Alegre. Trapezistas, malabaristas, palhaços e outros artistas mantêm a magia do circo viva, mesmo sem os bichos. Quantas lembranças vocês carregam das passagens dos circos pelas cidades onde moravam na infância?
Em Novo Hamburgo, recordo dos caminhões que cruzavam a cidade com os animais para anunciar a chegada de um novo circo. Os grandes bichos, como elefantes, e as feras eram chamarizes para os espetáculos. O problema era o histórico de maus tratos e abandono. Muitos animais chegaram aos zoológicos depois de apreensões nas jaulas apertadas dos circos.
Em 2000, a morte de um menino, atacado por leões do Circo Vostok, em Pernambuco, também acelerou a aprovação de leis para proibição dos animais nos espetáculos circenses.
Circo Vostok
O Circo Vostok é um dos mais tradicionais do Brasil. De origem russa, encantou muitas gerações. No acervo da RBS TV, encontrei imagens da passagem do Vostok em Porto Alegre em 1985. O circo foi montado em terreno da Avenida Erico Verissimo, em frente ao prédio da Zero Hora.
O Vostok se apresentava como "O Circo do Fantástico". Nos domingos, eram quatro sessões: 10h, 15h, 17h30 e 21h. As propagandas no jornal Zero Hora destacavam a presença de animais: elefantes, cavalos, chimpanzés, leões, tigres, pôneis, camelos e lhamas.
Além de artistas circenses e animais, astros da televisão também faziam apresentações especiais. Em um final de semana, Luciana, Castrinho e Cascatinha, da Turma do Balão Mágico, vieram a Porto Alegre. Em outro, estiveram no picadeiro Dedé Santana, Muçum e Zacarias, do programa Os Trapalhões.