O sonho do professor Antônio Carlos Rodrigues virou realidade nas águas da Lagoa dos Patos. Depois de muitos estudos, planos e trabalho minucioso, a reconstrução histórica do lanchão farroupilha Seival fez a primeira viagem na última sexta-feira (3) entre o Arroio Velhaco, em Arambaré, e Tapes. Se em 1839 o barco foi usado na invasão de Laguna, agora terá o propósito de ensinar história e promover a consciência ambiental, principalmente para crianças e adolescentes.
— Era muita ansiedade e muita insegurança ao mesmo tempo. A ideia era ir direto de Arambaré para Itapuã, mas comandantes preferiram fazer viagem mais curta para testar. Ficamos velejando por mais de duas horas. Foi uma sensação fantástica de estar a bordo de um barco emblemático para a história do Rio Grande do Sul. Foi Fantástico — contou Rodrigues em entrevista ao Gaúcha+, na Rádio Gaúcha.
Em um estaleiro improvisado em Camaquã, as obras começaram em 2019. A escolha da cidade não foi coincidência. Nas margens do Rio Camaquã, Giuseppe Garibaldi comandou a construção da esquadra dos farroupilhas. Quando colocou na cabeça o plano de fazer a réplica, o professor de educação física trocou Passo Fundo pelo município da Costa Doce.
O investimento de aproximadamente R$ 500 mil foi realizado com recursos próprios e doações para a Associação Socioambiental Amigos do Seival. A reconstrução obedeceu medidas encontradas em registros históricos, com 15 metros de comprimento e 3m80cm de largura.
O Seival na versão século 21 tem motor, o que facilita as manobras. A capacidade é de 26 pessoas a bordo. Inicialmente, o barco ficará ancorado no Clube Veleiros do Sul, em Porto Alegre. O professor conta que a ideia é percorrer muitas cidades gaúchas. No segundo semestre deste ano, deverá ir à Laguna, onde o Seival original foi usado por 60 anos depois que os farroupilhas deixaram a cidade.
Ouça a entrevista do do professor Antônio Carlos Rodrigues ao Gaúcha+.