Em tempos difíceis em que as notícias assombram mais do que acalentam, uma imagem vinda do Vaticano devolveu um pouquinho do colorido que faz nossos dias melhores. Daniel Scola, craque do jornalismo gaúcho e brasileiro — você, leitor de GZH, sabe — está curado de um câncer raro no cerebelo. Eu gosto de dizer essa palavra curado, ainda que cientificamente eu não saiba se ela faça sentido. Mas é que nós, amigos do Scola, torcemos muito para que esse dia chegasse. E ele chegou.
A imagem a que me refiro é do Scola encontrando-se com o Papa Francisco, nesta segunda-feira, em sua viagem de férias à Itália. Dez anos e sete meses depois de narrar, para a Rádio Gaúcha, que fora ele, Bergoglio, o escolhido para suceder Bento XVI. Scola e Francisco, então, estiveram frente à frente.
"O papa é argentino", foi o grito de Scola, tal como um imperador, a todos os gaúchos e gaúchas naquele distante 2013. Depois de tanta expectativa, a fumaça branca enfim se apresentava para alegria de uma multidão na Praça São Pedro. A nós, colegas do Scola, o bordão marcou: “é argentino!”. Até hoje lembramos e rimos juntos.
Eu não sei se o Scola contou isso ao Santo Papa, de que fez questão de dizer que o escolhido era “o argentino”, mas o encontro foi dos melhores! Isso porque Francisco soube da história da cura e fez questão de abençoá-lo com um conselho: "Muita polenta!". Quer conselho melhor do que esse? Santa polenta!
O Papa sabe das coisas.
Aliás, Scola contou que ainda teve a oportunidade de presentear o Papa com algo sagrado para os gaúchos: um pacote de erva mate. É bom esse Daniel Scola!
O encontro foi intermediado por outro grande gaúcho que aparece nas fotos junto aos dois. Padre Antônio Hofmeister, coração de ouro e uma das figuras mais gentis que conheci nos últimos tempos — através do amigo Scola.
Quando tantos corações, assim, generosos se encontram, uma certeza: é porque Deus está lá. E assim foi. Com Scola curado e mostrando a todos nós que a vida é boa.