Os números da mais recente pesquisa Ipec, divulgada nesta segunda-feira (26), sobre a intenção de voto dos gaúchos na disputa ao governo do Estado indicam que haverá segundo turno e que há dois candidatos que pontuam à frente dos demais e devem estar lá: Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL).
Na sondagem, Leite aparece com 38% e Onyx com 25%. Na terceira colocação, um ascendente Edegar Pretto (subiu de 10% para 15%).
Restando cinco dias para a chegada do domingo de eleição, é improvável que Pretto consiga superar a diferença de 10 pontos percentuais para o segundo colocado, mas o crescimento animou petistas que passaram a alimentar tal esperança. É improvável, como explicamos, mas não impossível.
Aqui, cabe lembrar que o Rio Grande do Sul tem um histórico de mudanças no comportamento do eleitor na reta final da disputa (basta buscar no histórico recente as eleições de José Sartori, em 2014, ou mesmo Yeda Crusius, em 2006, ou ainda Germano Rigotto, em 2002).
E mais: a pesquisa espontânea — quando não são apresentados os nomes dos postulantes — mostrou que há 41% dos eleitores gaúchos que não sabem ou não responderam em quem vão votar para governador.
Ocorre que Onyx, além de estar bem colocado desde o início da disputa, conseguiu (diferentemente de Luis Carlos Heinze) associar seu nome ao candidato à reeleição e presidente da República, Jair Bolsonaro. Em um Estado com força bolsonarista, esse é um trunfo importante para alavancá-lo ao segundo turno. Vale lembrar que em 2018, Bolsonaro fez 52,33% dos votos válidos para presidente no RS — ou seja, se a eleição fosse somente aqui, teria vencido no primeiro turno.
Aliás, foi também a identificação com um candidato à Presidência que fez Pretto subir. Nas propagandas, apresentou-se como candidato do Lula, e a marca foi reforçada em todos os eventos de campanha. Na visita a Porto Alegre, além do ato público, o ex-presidente gravou vídeos de apoio ao petista e ao candidato ao Senado pelo partido, Olívio Dutra.
Nada disso, contudo, parece ameaçar o favoritismo de Leite, que permanece líder nas intenções de voto (38%) e pode realizar um feito no caso de se tornar o primeiro governador reeleito na história do Rio Grande do Sul, se vencer a disputa. Curioso será ver como o tucano se posicionará, se houver segundo turno também para presidente.
Atualmente, o Ipec mostra que Lula e Bolsonaro estão praticamente empatados no Rio Grande do Sul, no limite da margem de erro: Lula, 41%; Bolsonaro, 37%.