O ataque ao sistema eleitoral exacerbado nas últimas semanas, em especial pelo presidente da República, é o tema do novo episódio do podcast "Descomplica, Kelly". A comissão criada pelo TSE - justamente para dar mais transparência e mostrar a efetividade das urnas eletrônicas - recebeu uma série de questionamentos por parte das Forças Armadas. Os militares foram convidados a integrar a comissão, a partir do ministro (então presidente do Tribunal Superio) Luís Roberto Barroso.
As dúvidas incluídas no questionário apresentado pelas Forças Armadas foram respondidas. E houve reação do presidente do TSE, ministro Edson Fachin: "Quem trata das eleições são as forças desarmadas". A tensão ficou evidente, principalmente depois que o presidente Jair Bolsonaro usou sua live semanal para lançar suposições sobre as urnas eletrônicas e confrontar a Justiça Eleitoral.
Nos bastidores, há quem identifique uma estratégia clara, a partir da base de apoiadores do presidente. A ideia seria lançar dúvidas e questionamentos sobre as urnas, para que se possa confrontar o resultado da eleição no caso de o resultado ser desfavorável ao presidente em outubro. Na prática, se Bolsonaro não for o vencedor, a base já estaria preparada para questionar o resultado das urnas e, eventualmente, executar um movimento como o que houve nos Estados Unidos, na não eleição de Donald Trump (quando Biden foi o vencedor).
Os bastidores deste conflito estão no episódio do podcast. Nosso convidado é o jornalista Rafael Moraes Moura, que atua em Brasília, e é repórter da coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo.
Teste de Segurança
Na última sexta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizou um teste de segurança das urnas eletrônicas que serão utilizadas nas eleições deste ano. Segundo a Corte, os equipamentos foram submetidos a tentativas de invasão do sistema, mas não foi detectada nenhuma falha.
Para o chamado Teste Público de Segurança (TPS), o tribunal convidou especialistas, incluindo peritos da Polícia Federal. Desde o início da semana, eles vinham executando operações para testar a confiabilidade das urnas. O procedimento já fora adotado em outras eleições. Este ano, no entanto, reforça o discurso da Corte Eleitoral, alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro. Mesmo sem provas, ele levanta suspeitas sobre a segurança do processo de votação e totalização comandado pelo TSE.