Que há mais coisas entre céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia, Shakespeare já havia nos avisado. Mas em Brasília, caro leitor, há muito mais do que o escritor, poeta e dramaturgo britânico poderia sugerir.
Nas últimas semanas, chamou a atenção o silêncio do presidente da República em relação aos ministros do Supremo Tribunal Federal, em especial ao até pouco tempo algoz Alexandre de Moraes. A partir de um movimento assinado pelo ex-presidente Michel Temer, Bolsonaro e o magistrado conversaram. Contudo, disse o presidente à rádio Jovem Pan, o conteúdo da conversa permanecerá sigiloso.
Ocorre que não é preciso ir longe para observar um aspecto importante, que envolve o presidente e o filho dele e senador, Flávio Bolsonaro. O caso das "rachadinhas", lembram? Esse episódio, que teria ocorrido no gabinete de Flávio na Assembleia do Rio de Janeiro , atualmente está — vejam só — na iminência de uma decisão do Supremo Tribunal Federal.
E mais: o tema está parado na Segunda Turma, que aguarda pela chegada de um novo ministro.
É este grupo (a Segunda Turma) que vai decidir se o caso das "rachadinhas" ficará no Ministério Público do Rio de Janeiro (onde Flávio e o ex-assessor Fabrício Queiroz foram, inclusive, denunciados) ou então se por conta do "foro privilegiado" fica justamente naquele STF, até ontem xingado pelo presidente.
Ah, e não menos importante: o ministro Alexandre de Moraes, que chegou a ser chamado de "canalha" pelo chefe do Executivo, ainda pode pedir para ser transferido para a Segunda Turma do STF e, neste caso, caberia a ele decidir sobre o futuro do processo que envolve o filho do presidente da República
O episódio do podcast Descomplica, Kelly! te conta mais sobre esses bastidores nesta quinta-feira (30).