A chegada de novas doses da CoronaVac ao RS é motivo de esperança, mas também de preocupação. Com 432 mil gaúchos com a segunda dose em atraso, o Estado receberá somente 63,6 mil imunizantes produzidos pelo Instituto Butantan neste fim de semana. A remessa será possível porque o Butantan entregou uma nova leva de 1 milhão de doses ao Ministério da Saúde nos últimos dias.
— Ainda está muito longe da necessidade — lamentou a secretária da Saúde, Arita Bergmann, à coluna sobre as vacinas.
Para que a segunda dose fosse colocada em dia seriam necessárias mais sete remessas como essa e, como se sabe, não é só o Rio Grande do Sul que está com o imunizante em falta.
Conforme mostrou GZH, o lote, previsto para chegar sábado, às 6h vai atender apenas 14,69% da população gaúcha que já tomou a primeira dose da CoronaVac.
Mas por que, afinal, chegamos a este ponto?
O atraso ocorre principalmente por conta de uma orientação (hoje já rcorrigida) por parte do Ministério da Saúde. A pasta sinalizou a gestores estaduais que poderiam ser aplicadas todas as vacinas da CoronaVac enviadas como primeira dose — o que agilizaria a imunização.
Sendo assim, o Rio Grande do Sul deixou de reservar doses para a segunda aplicação, conforme orientação do governo federal.
Ocorre que o Butantan não conseguiu entregar todas as doses prometidas em seu cronograma inicial, por conta da falta de IFA, matéria-prima para a produção de vacinas. O mesmo já acontecera com a FioCruz, meses antes.
O IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) é produzido na China e o Brasil depende da importação do material para poder completar a produção do imunizante. A boa notícia é que tanto o Butantan (responsável por produzir a CoronaVac), quanto a Fiocruz (responsável pela vacina de Oxford/Astrazêneca) já trabalham com a intenção de produzir IFA nos seus próprios laboratórios.