O governo de Jair Bolsonaro segue investindo em aproximação com parlamentares de todos os partidos no Congresso Nacional, em especial o antes criticado centrão. Nesta quarta-feira (30), conforme revelou a repórter Silvana Pires em GZH, houve nomeação de dez novos líderes do governo na Câmara dos Deputados.
Os cargos não significam aumento de despesas, mas indicam a missão implícita de articular projetos de interesse do Executivo junto ao Parlamento. Aliás, esta é uma das razões para as novas nomeações. O presidente sabe que tem pela frente debates e votação de projetos extremamente importantes, incluindo a reforma tributária e o recém apresentado Renda Cidadã.
Entre os nomeados na nova leva está o líder da bancada gaúcha, deputado Giovani Cherini. O também gaúcho Maurício Dziedricki já havia sido indicado para a função em julho.
No ato desta quarta-feira, publicado no Diário Oficial da União, Bolsonaro indicou dez novos vice-líderes e dispensou outros oito. A troca privilegia partidos do centrão - bloco que a cada dia ganha mais influência dentro do governo.
Entre os que perderam o posto estão Carla Zambelli (PSL-SP) e Caroline de Toni (PSL-SC) – duas das mais ferrenhas defensoras do governo. Em suas redes sociais, as parlamentares ainda se apresentam como vice-líderes.
Líder da bancada gaúcha, Cherini celebra indicação
À coluna, Cherini celebrou a nova missão delegada pelo presidente da República:
- Hoje recebo esta missão de ser vice líder do governo Bolsonaro, indicado pelos 42 colegas do partido liberal. Vou fazer com muito esmero, dedicação e lealdade que é próprio do meu caráter. Na minha vida política sempre o Rio Grande do Sul e o Brasil estiveram acima dos interesses políticos partidários. Vou ajudar o Brasil a sair desta crise e levar esperança para nossa gente. Faço isso há mais de 6 anos na liderança da bancada gaúcha, coordenado 31 deputados federais e 3 senadores. Com amor no coração e com Deus na nossa mente tudo dará certo - afirmou.
Entusiasta de terapias alternativas há anos, o deputado gaúcho Giovani Cherini (PL), que é também presidente da Frente Holística de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde do Congresso Nacional, esteve nas manchetes em meio à pandemia de coronavírus, após dar destaque para a ozonioterapia. Em agosto, Cherini esteve reunido com o então ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello - hoje titular da pasta.
O encontro, na ocasião, serviu para Cherini apresentar ao comandante da pasta a importância da chamada ozonioterapia. O tema também virou assunto nacional depois que o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, defendeu a aplicação retal de ozônio em pacientes que tiveram diagnóstico de coronavírus.
À coluna, Cherini falou sobre o tema e defendeu a aplicação do tratamento com ozônio para diferentes casos, e citou seus benefícios aos pacientes. Ele afirmou que a prática é adotada desde a Segunda Guerra Mundial para tratar, por exemplo, feridas em soldados. O deputado também disse ter ciência sobre a ausência de comprovação científica quanto à eficácia do tratamento, mas avaliou que "a medicina vive de incertezas".
- É uma ciência de 130 anos, foi mais usada na Segunda Guerra Mundial para pessoas que perderam partes do corpo, feridas. O ozônio cura 236 doenças. Quanto à covid, precisa pesquisar? A medicina vive de incertezas, a doença vem sempre antes do remédio. Eu defendo a ciência, mas numa pandemia é direito do ser humano e encontrar o seu caminho para se salvar. Na ciência existe um delay entre a comprovação e as doenças - afirmou.