A Polícia Federal voltou às ruas na manhã desta quarta-feira (10). Desta vez, o alvo é o governador do Pará, Helder Barbalho. A operação é semelhante à ocorrida dias atrás contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e apura a suspeita de compras de equipamentos superfaturados para atendimentos de saúde durante a pandemia do novo coronavírus.
Entre os materiais adquiridos com sobrepreço estariam respiradores, assim como no Rio. Os mandados são cumpridos pela PF a partir de determinação do Superior Tribunal de Justiça.
A operação deflagrada fez lembrar mais uma vez a fala da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP). Em maio, à Rádio Gaúcha, Zambelli sugeriu que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro estaria "segurando" operações que estavam "na agulha pra sair" e que, agora que ele não é mais ministro, a PF iria às ruas contra os governadores. Na ocasião, a deputada sugeriu chamar a operação de "covidão", em alusão aos escândalos de corrupção "mensalão" e "petrolão", que desviaram milhões dos cofres públicos e também foram investigados pela Polícia Federal.
- A gente deve ter nos próximos meses o que a gente vai chamar talvez de Covidão, ou não sei qual nome eles (PF) vão dar, mas já tem alguns governadores investigados pela Polícia Federal - afirmou em 25 de maio.
Após a repercussão da fala, Zambelli afirmou à rede CNN que não havia sido informada previamente sobre nenhuma operação e foi apenas uma "coincidência". Deputados cobraram apuração sobre o episódio, para verificar se o presidente Jair Bolsonaro estaria usando politicamente a instituição, com o sentido de perseguir opositores. O ex-ministro Moro afirmou, ao deixar o governo, que o presidente tentara interferir politicamente na PF.
É grave e precisa ser apurado. Bem como o ato repugnante e criminoso de quem se aproveita de uma pandemia com quase 40 mil mortos para roubar dinheiro público.