O ex-deputado federal Jean Wyllys conversou com o programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na manhã desta quinta-feira (28) e avaliou como importante a operação deflagrada pela Polícia Federal, por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, que buscou integrantes de uma rede de políticos, empresários e blogueiros que disseminava notícias falsas. Como informou GaúchaZH, a PF cumpriu 29 mandados de busca e apreensão no chamado inquérito das fake news, que apura ofensas, ataques e ameaças contra ministros do STF. O ex-deputado Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang (dono da Havan), assessores do deputado estadual paulista Douglas Garcia (PSL) e ativistas bolsonaristas estão entre os alvos.
À Rádio Gaúcha, Jean Wyllys relembrou os ataques virtuais que sofreu, através das redes sociais, e que depois se colocaram também como ameaças reais. E disse se sentir mal cada vez que revisita essas memórias.
— Isso realmente é um gatilho. Cada vez que trato desse assunto, meu corpo reage. Tenho uma onda de ansiedade muito grande. Você não tem noção do que era a vida que eu estava vivendo por causa das fake news e ameaças de morte - contou.
As ameaças citadas por Wyllys foram o principal motivo para que ele desistisse do mandato como deputado federal e deixasse o país em janeiro de 2019. O ex-deputado contou que precisou correr para não ser espancado e morto:
— Estava em um comício de Marcelo Freixo, em 2016. Eu saí do comício e passei pela Fundição Progresso. Nessa época, eu não andava com seguranças e proteção. Eu fui cercado por um grupo de homens. Estavam eu e outras duas pessoas que trabalhavam comigo. Tivemos que correr para não sermos atacados por esses caras. Eles (os colegas) poderiam ter morrido comigo se não tivéssemos alcançado o carro. Eles estavam a pé e quando perceberam que era eu, eles gritaram "vamos matar" — narrou.
Wyllys também relatou outro caso no qual viu homens armados em frente a sua casa:
— Eu morava em Copacabana. Nessa época, eu já não saía mais de casa. Eu estava na varanda do apartamento e vi dois homens armados no teto do apartamento (frontal) e entrei prontamente. Até hoje não conseguiram nos explicar porque aqueles homens estavam armados no prédio da frente.
Longe do Brasil, o político ainda vê a esquerda "baqueada" após o impeachemt da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. Contudo, celebra o que chama de "diálogo" entre integrantes do campo:
— Esse campo (a esquerda) ainda não apresentou um grande nome. Eu fico feliz de haver um diálogo, uma conversa. De ter nesse barco tanto o Ciro Gomes, apesar dos deslizes na sua verborragia, até Felipe Neto, que é um influencer e se dirige a seguimentos da população que não são aqueles que a esquerda tradicional se dirige