Debruçado sobre uma série de números que expõe a realidade do sistema público de saúde no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite tem se dedicado a um cálculo importante: a oferta de leitos de UTI nos hospitais gaúchos para fazer frente aos novos casos de coronavírus.
Isso porque a chegada do inverno e o consequente aumento de procura por causa de doenças respiratórias já provoca uma ocupação significativa dos hospitais todos os anos. O cálculo das autoridades gaúchas é de que cerca de 60% e até 70% dos leitos de UTI estejam ocupados neste período.
O governador contou, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, que atualmente são 1.001 leitos de UTI que atendem pelo SUS no Estado. Considerando a ocupação de 70% (no inverno), restariam aproximadamente 300 leitos disponíveis para atender à demanda gerada por pacientes que contraírem a covid-19.
O trabalho das autoridades, neste caso, é correr contra o tempo e promover um aumento expressivo do número de leitos.
A expectativa é que o Estado possa promover um incremento de 60% na oferta de leitos (sobre a disponibilidade total 1.001). Portanto, seriam disponibilizados à população outros 600 leitos - a partir da criação por parte do poder público e também em parcerias com o setor privado. A coluna apurou, por exemplo, que as empresas Gerdau e Ipiranga ofereceram esforços e recursos para criação de novos leitos para atender pacientes com a covid-19 na Capital.
- A expectativa é que esses 900 leitos (600 novos + 300 já existentes) sejam suficientes. A questão agora é ganhar tempo, até porque alguns fornecedores estão com dificuldades de repor alguns equipamentos. Alguns (30) já foram alocados no Hospital de Clínicas. Ou seja, este plano está em implementação. A expectativa é que no momento em que mais formos demandados, tenhamos condição de atender à população gaúcha- explicou Leite.
A projeção é de que até o final do mês de abril seja entregue uma nova leva de leitos. E uma nova leva até o final do mês de maio.