Repetindo a realidade de milhares de mulheres brasileiras, minha mãe, Maria Lucia, costumava me levar para o trabalho com ela todos os dias. E sorte a minha, neste caso! Porque eu ficava dentro de uma escola esperando o dia de trabalho dela terminar. Enquanto não tinha idade para me tornar aluna (eu tinha três anos!), conheci a bibliotecária Zezé. E no mundo mágico dos livros, encontrei Tinoca Minhoca: o livro da minha Feira.
Tinoca era moderna, alegre, não se conformava em fazer sempre as mesmas coisas. Acho que me identifiquei. Eu andava para lá e para cá com aquele livro embaixo do braço. Me emocionei neste ano quando soube que a autora, Marô Barbieri, havia sido escolhida a patrona da Feira. Corri e mandei uma mensagem para mamãe, que respondeu de pronto: “Tinoca! Tu amava”.
Obrigada, Marô! Minha homenagem a quem desperta em uma criança o delicioso hábito da leitura. Na quarta-feira (6), Tinoca Minhoca será interpretado pela Caravana da Sherazade, às 15h30min, na Tenda das Mil e Uma Histórias, na Praça da Alfândega.
* O texto acima faz parte do projeto O Livro da Minha Feira, em que colunistas de GaúchaZH são convidados a destacar uma obra e contar sua relação com a Feira do Livro de Porto Alegre.