A fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre a derrubada de um veto presidencial, em projeto que trata sobre notícias falsas em período eleitoral, enfureceu o líder do MBL e também deputado Kim Kataguiri (DEM-SP). A irritação, segundo Kim, é porque o deputado não leu o teor do projeto e divulgou, em suas redes sociais, um entendimento equivocado sobre o texto sancionado com vetos pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Na visão de Eduardo Bolsonaro, a derrubada favorecerá movimentos de esquerda e os inimigos do governo, que poderão — segundo ele — "processá-los" pela divulgação das chamadas fake news. O veto de Bolsonaro foi derrubado por 326 deputados e 48 senadores.
"Sabemos que nossos inimigos não tem caráter e mesmo falando a verdade eles nos processarão dizendo que estamos divulgando fake news", disparou o filho do presidente e que deve ser indicado ao posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
Por esta razão e a partir dos comentários do filho do presidente, o líder do MBL foi atacado nas redes sociais, especialmente por apoiadores de Bolsonaro. Os principais comentários sugeriam que o texto recuperado é bom para militantes e apoiadores "da esquerda".
Em conversa com a coluna, transmitida durante o programa Timeline, da Rádio Gaúcha, Kim Kataguiri reagiu, afirmando que o filho do presidente não comparece às sessões da Câmara dos Deputados e apenas marca presença em plenário para depois ir embora. Por este motivo, diz o deputado, o colega não tinha conhecimento suficiente para criticar o texto. Na entrevista (ouça abaixo), Kim afirmou que o trecho recuperado pelo Congresso se refere, especificamente, a "fato sabidamente falso" comunicado à autoridade policial e com finalidade eleitoral. E esclarece: "o cidadão de boa fé que compartilhar a notícia não será punido".
Irritado, Kim foi além nas críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro e chegou a publicar, em rede social, que o colega trabalha como um "deputado fantasma".
"Deputados fantasmas, como Eduardo Bolsonaro, que colocam a digital no plenário e vão embora, olham para o painel, seguem a liderança do partido e só sabem o que votaram depois de votar. Prática de deputado mimado e irresponsável. Papai só vetou parte do projeto, mantendo os 2 a 8", disparou.