O governo do presidente Jair Bolsonaro está trabalhando na elaboração de um projeto que busca atender crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. A novidade prevê utilizar o espaço dos Centros de Tradições Gaúchas (CTG) para aplicar cursos e atividades aos jovens no contraturno escolar.
A ideia vem sendo consolidada junto ao Ministério da Cidadania, cujo titular é o gaúcho Osmar Terra. O ministro propôs a consolidação de um projeto em reunião com o presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Nairo Callegaro, no início de julho deste ano. Ele defende que integração entre cultura, esporte e desenvolvimento social é o caminho, inclusive, para uma política efetiva de prevenção do uso de drogas na adolescência.
— O MTG e o conjunto dos CTGs oferecem um espaço extremamente favorável para o desenvolvimento de atividades artísticas e, ao mesmo tempo, para consolidar valores, consolidar uma visão do mundo positiva; que as crianças em desenvolvimento, os jovens, os adolescentes podem e devem ter — descreveu Terra.
De acordo com o presidente do MTG, os galpões e outras estruturas dos CTGS ficam ociosas durante a semana e, deste modo, são locais mais que apropriados para abrigar o projeto. Além de oficinas de prendas, danças típicas e de declamação, entre outras, a proposta é de que os participantes também recebam lanche. Em Brasília, Callegaro apresentou o plano ao secretário especial da Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Pires.
Callegaro informou ao secretário que alguns CTGs, inclusive, já promovem atividades semelhantes e que vem dando muito certo, como nos municípios de Chapecó (SC) e de Gravataí (RS). Além de ceder o espaço, os centros também mobilizam os voluntários que ministram as oficinas. As prefeituras ficariam responsáveis por oferecer os lanches para as crianças.
O ministro Osmar Terra está otimista quanto à oferta de cursos e oficinas a crianças e adolescentes e vê no projeto também uma forma de disseminar a tradição:
— É também uma ação que vai oportunizar que milhares de crianças que hoje não têm onde ter uma preparação artística, educação artística, aprendam as nossas tradições, aprendam a nossa história e possam ajudar a disseminar, depois, no futuro. É um momento de emoção que pode se proporcionar a um grande número de crianças gaúchas nos horários em que elas estão ociosas e que poderiam fazer alguma atividade que não têm onde fazer”.