O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, avaliou nesta sexta-feira (10), em entrevista à coluna durante o programa Timeline, da Rádio Gaúcha, a forma como o governo Bolsonaro vem conduzindo sua interlocução junto ao Congresso Nacional. Em análise, dois fatos recentes: a aprovação, em comissão, da retirada do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) das mãos do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e a recriação de ministérios, interpretada como um movimento para atender a reivindicações dos partidos que compõem o chamado Centrão.
Na avaliação do ministro, é preciso ter paciência com o novo modelo de articulação que vem sendo implementado pelo presidente Jair Bolsonaro e sua equipe, segundo ele, em oposição ao que foi feito durante os governos dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff (PT).
— O toma lá da cá que existiu (nos governos do PT) era ministério de porteira fechada para roubar. Isso no governo Bolsonaro é zero. O presidente nomeou seus 22 ministros com independência. Nós estamos reconstruindo a forma de relacionamento entre Parlamento e Executivo. Jamais ele (Bolsonaro) vai jogar dominó com Lula em Curitiba — destacou, rechaçando a avaliação de que a recriação de pastas seja um movimento do já conhecido "toma lá da cá".
Para o ministro, é preciso ter paciência com o novo estilo implementado pelo governo, porque foram anos de troca de favores em troca de votos no Congresso Nacional. Ele acrescentou ainda que foi a maneira "antiga" de se relacionar com o Parlamento que resultou no "petrolão", esquema de desvio de recursos da Petrobras revelado pela Operação Lava Jato.
— São 30 anos que o governo foi construído assim. Tem que ter um pouco de paciência — disse.