Multicampeão como atleta do vôlei brasileiro, a agora senadora Leila Barros (PSB-DF), conhecida como a Leila do Vôlei, apresentou nesta semana seu primeiro projeto no Congresso Nacional. O tema: proteger torcedoras contra atos de violência e assédio em ambientes de prática esportiva. Ainda durante a campanha, Leila já havia adiantado que entre suas principais bandeiras estariam o incentivo ao esporte e a promoção de políticas públicas em benefício da mulher.
O debate sobre o tema assédio no ambiente esportivo vêm crescendo nos últimos anos. Em 2018, jornalistas que trabalham com esporte lançaram a campanha Deixa Ela Trabalhar, depois de uma série de assédio e injúria sofridos pelas repórteres que acompanham o futebol no Brasil.
A senadora afirmou o Estatuto do Torcedor representa até aqui um grande avanço nos direitos dos torcedores, mas os ambientes de prática esportiva ainda estão longe de serem considerados ideais para as torcedoras.
— Relatos de assédio e de atos violentos continuam, infelizmente, frequentes — comentou Leila Barros.
O texto do projeto da senadora Leila prevê alterações no Estatuto de Defesa do Torcedor para assegurar às mulheres proteção contra "qualquer ação ou omissão, baseada no gênero, que lhe cause risco de morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico ou dano moral ou patrimonial". Outra alteração proposta inclui um dispositivo proibindo incitar e praticar quaisquer atos de violência ou qualquer forma de assédio contra as mulheres.
Além disso, o texto inclui no Estatuto a proibição de que torcedores portem ou ostentem "cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter misógino". Atualmente, a proibição engloba apenas as ofensas de caráter racista ou xenófobo. Da mesma forma, além dos cânticos discriminatórios, racistas e xenófobos, o projeto acrescenta a proibição às canções com temas misóginos.