Deixa ela trabalhar é um manifesto de jornalistas esportivas contra o assédio, o preconceito e a diferenciação no mundo do futebol. A campanha lançada no último domingo nos faz refletir sobre o quanto as mulheres ainda precisam encarar o machismo no ambiente de trabalho. Mais do que isso, muitas, são vítimas de assédio moral e sexual e têm dificuldade em diferenciá-los.
No Manual Preventivo de Assédio sexual, é definido como assédio sexual "qualquer comportamento de natureza sexual, inoportuno ou indesejável, ou seja, qualquer tipo de abordagem feita sem que você deseje que isso aconteça. Esse é um problema antigo, cada vez mais em destaque, pois as mulheres estão entendendo que é preciso agir usando sua principal arma: a voz.
A expressão assédio sexual foi criada nos anos 1970 por pesquisadores da Universidade de Cornell para explicar a conduta de um superior hierárquico com conotação sexual, ele pode ocorrer não apenas no ambiente de trabalho, mas também em atendimentos ( médico e paciente ), na rua, em escolas, por pessoas próximas, porém apenas nas relações de trabalho o assédio sexual é punido no Brasil.
Cerca de 20 mil novos processos de assédio sexual foram recebidos pela Justiça do Trabalho de todo país nos últimos três anos. Apesar das mulheres estarem dispostas a falar sobre esse tema — ainda há muito a melhorar.
Assédio moral é toda atitude que fere a dignidade e integridade física ou psíquica de uma pessoa, comportamentos abusivos e humilhantes, palavras, gestos, apelidos, brincadeiras e piadas pejorativas. A intenção é abalar psicologicamente a vítima. A punição não é prevista por lei específica, mas a vítima pode e deve dedurar, denunciar, causar constrangimento. Também pode ser indenizada por danos morais e físicos.
Se você mulher — mulher do esporte — está passando por isso, não fique calada. Verifique qual o tipo de assédio está sofrendo e denuncie. Existem diversos órgãos que podem defender os seus direitos.
O fato de você se calar não irá resolver o problema, pelo contrário. É preciso acabar com a visão cultural antiquada que ainda se mantém e que reforça a violência do gênero e a visão da força masculina sobre a mulher.
Não importa onde estamos, se em um escritório, sala de atendimento, escola, empresa, campo de futebol. Nos respeitem. A gente só quer ocupar o nosso espaço e dispor do nosso direito. Somos todas #deixaelatrabalhar.