Realizado após a derrota de Renan Calheiros (MDB), que viu Davi Alcolumbre (DEM) ser eleito presidente do Senado no sábado, o gaúcho Lasier Martins (PSD) conversou com o programa Timeline nesta segunda-feira (4). Ele analisou o movimento que impôs um revés ao emedebista e disse que caso o cenário fosse diferente - e Renan tivesse saído vitorioso -, o Senado continuaria nas mãos de uma velha oligarquia, liderada por nomes como José Sarney, Romero Jucá, Edson Lobão e o próprio Renan.
A coluna quis saber do senador gaúcho se ele se sentiu vingado pela derrota de Renan, já que o adversário usou as redes sociais para atacá-lo em diversas oportunidades nos últimos meses. Renan chegou a dizer, por conta da pressão de Lasier pelo voto aberto, que a eleição dele havia sido um acidente de percurso na política do Rio Grande do Sul. Apesar de estar satisfeito com a não eleição daquele que chamou de 'raposa', Lasier disse não guardar mágoas.
- Eu sou um cristão. Eu sou uma pessoa que perdoa. Graças a Deus tenho um excelente relacionamento (com as pessoas). Evidente que queria evitar essa maldade do Renan, que ele voltasse a comandar, porque aí os lobbys continuariam no Senado, ele continuaria mandando nos demais senadores - avaliou.
Lasier afirmou também que é preciso aproveitar o momento para se rediscutir o papel do presidente do Senado, já que quando os nomes à frente da Casa eram Eunício de Oliveira e Renan Calheiros, ambos do MDB, o poder ficava concentrado nas mãos de uma única pessoa.
- O presidente do Senado não pode ter o poder unipessoal. Temos que ter um colégio de lideres, onde a maioria decida sobre a pauta - completou.
Sobre a velha política, Lasier destacou caciques que 'mandavam' no Senado, segundo ele: José Sarney, Romero Jucá, Renan Calheiros, Eunício Oliveira, Edson Lobão e Jader Barbalho, além do senador João Alberto, que esteve à frente do Conselho de Ética.