O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marlon Santos (PDT), rebateu nesta terça-feira (4) a fala do vice-governador do Estado, José Paulo Cairoli, a respeito do comportamento dos deputados frente à crise nas finanças do Rio Grande do Sul. Nesta segunda-feira, em seminário de avaliação do governo Sartori, Cairoli fez críticas ao 'nível do embate político' em solo gaúcho e sugeriu que até mesmo cargos de estágio entraram nas negociações, feitas 'deputado a deputado'.
À coluna, Marlon Santos afirmou que esse tipo de crítica não procede. E atribuiu a fala de Cairoli à derrota de José Ivo Sartori nas urnas. O presidente da Assembleia chegou a ironizar a manifestação do vice-governador:
— Se ele (Cairoli) está frustrado é porque a oferta de cargos não deu certo. Então pelo visto ninguém aceitou — ironizou.
Marlon reiterou à coluna que a Assembleia Legislativa tem feito um esforço para atender às demandas do Poder Executivo e inclusive está sem votar há semanas para dar tempo ao atual e ao governo eleito negociarem projetos relevantes para o Estado. Atualmente, o Legislativo tem na pauta, por exemplo, projetos que reajustam salários de servidores de diversos Poderes e também o projeto que renova as alíquotas elevadas de ICMS.
- (A crítica) não tem sentido, mas a gente entende porque eles estão saindo de uma derrota eleitoral. É uma pena que tenhamos esse tom de briga num Estado já combalido. Querendo ou não ainda temos 30 dias de governo pela frente. E veja o desgaste que nós da Assembleia estamos tendo para que o governo possa se organizar — disse.
O presidente informou à coluna que a pauta seguida pelo Legislativo tem sido proposta pelo líder do governo, deputado Gabriel Souza (PMDB), e avaliada pelos líderes partidários.
A Assembleia não deverá realizar reunião de líderes na manhã desta terça-feira.
Críticas do vice-governador
O vice-governador do Estado, José Paulo Cairoli, aproveitou o último seminário de governo, nesta segunda-feira (03), para criticar a Assembleia Legislativa e reclamar das dificuldades enfrentadas para conseguir apoio dos deputados aos projetos do Piratini. A 28 dias do fim do governo, Cairoli disse que as articulações para conseguir apoio aos projetos ocorreram com cada um dos deputados, sugerindo que até mesmo cargos de estágio entraram nas negociações.
— Sei o quanto foi difícil negociar, deputado a deputado, cada projeto de lei que beneficiava o Estado e não beneficiava o governo. E não houve partido, era deputado a deputado! Se negociava estágios, esse é o nível do embate político para decidir os rumos do Estado. Isso me frustra, de ver que fomos de forma muito transparente, objetiva, dizendo o que é, ver outros poderes ou outro poder se utilizando desses métodos que entendia que já deviam estar superados - disse Cairoli.