Anunciado por Sérgio Moro como futuro titular da Secretaria Nacional de Segurança Pública, o general da reserva do exército Guilherme Teóphilo dividiu, em entrevista ao programa Timeline, um tema que terá atenção especial da pasta a partir de 2019, no governo de Jair Bolsonaro. Para o general, é preciso investir em inteligência policial como forma de enfrentar o crime organizado.
Segundo ele, há ramificações do crime espalhados por diferentes setores, inclusive por parte de políticos, magistrados e militares. O general defende que as investigações foquem também nesses agentes porque eles ‘são as cabeças’ em relação ao tráfico de drogas por exemplo.
— É importantíssimo a gente pegar o colarinho branco. Nós temos que não só pegar os traficantes da parte operacional, como (também) quem planeja. E quem planeja tem mais inteligência, tem mais cultura, são políticos, são militares seja da polícia, seja das forças armadas infiltrados, que já estão corrompidos. São juízes federais, desembargadores. Essas pessoas é que nós temos que ir atrás e prender, porque eles são as cabeças, eles lucram com esse negócio. Os soldados do crime tem média de vida de 25 anos, sabem que vão morrer num confronto entre facções. É importante fazer um trabalho de inteligência — disse.
Teophilo afirmou que, para combater a criminalidade, pretende focar no desenvolvimento de novas políticas públicas, no repasse de mais recursos às polícias e na capacitação dos servidores da área.
— A prioridade é investir muito na tecnologia — anunciou.
Entre as medidas, diz que quer criar um banco genético com o DNA de todos os presos, assim como já possuem Israel e Estados Unidos, para ajudar na resolução de crimes; investir em inteligência integrada com países fronteiriços, aumentar a fiscalização no litoral do Brasil e aparelhar as polícias.
Teophilo foi filiado ao PSDB e concorreu na última eleição ao governo do Ceará, ficando em 2º lugar com com 488.438 votos (11,30% do total) e não conseguindo chegar ao segundo turno. Ao Timeline, o general informou que já se desfiliou e que hoje não tem 'relação nenhuma' com o partido.
— A experiência foi válida, mas não é a minha praia — disse.