O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), disparou nesta terça-feira (11) contra a decisão do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro de deixar o Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular. A decisão foi comunicada pelo futuro ministro da pasta, embaixador Ernesto Araújo. Nas redes sociais, Araújo afirmou que a imigração deve ser tratada de acordo com "a realidade e a soberania de cada país" e não como uma "questão global".
Aloysio Nunes, que é ministro do governo Temer discorda da visão do sucessor e disse que o tema "imigração" é, sim, uma questão global. Ele afirma que leu com 'desalento' a postura do presidente eleito Jair Bolsonaro.
"Li com desalento os argumentos que parecem motivar o presidente eleito a querer dissociar-se do Pacto Global sobre Migrações. O Pacto não é incompatível com a realidade brasileira. Somos um país multiétnico, formado por migrantes, de todos os quadrantes", escreveu.
O atual ministro tucano afirmou também que o tema requer respostas globais por afetar diversos países, como o Brasil.
" A questão é sim uma questão global. Todas as regiões do mundo são afetadas pelos fluxos migratórios, ora como pólo emissor, ora como lugar de trânsito, ora como destino. Daí a necessidade de respostas de âmbito global", avaliou.
Em resposta a outro argumento de Araújo, que disse que é preciso ter 'critérios para garantir a segurança tanto dos migrantes quanto dos cidadãos no país de destino', Aloysio Nunes ressaltou que a adesão ao pacto não autoriza migração indiscriminada.
"Basta olhar seu título. Busca apenas servir de referência para o ordenamento dos fluxos migratórios, sem a menor interferência com a definição soberana por cada país de sua política migratória", opinou.
Brasil deixará o pacto
O embaixador Ernesto Araújo, confirmado para assumir o Ministério das Relações Exteriores, disse nesta segunda-feira (10), nas redes sociais, que o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro vai se desassociar do Pacto Global de Migração. Segundo ele, a imigração deve ser tratada de acordo com "a realidade e a soberania de cada país".