Candidatos que disputam o segundo turno no Estado, José Ivo Sartori (MDB) e Eduardo Leite (PSDB) avaliaram nesta segunda-feira (8) a votação expressiva do candidato Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno da eleição presidencial.
Na avaliação de Sartori, os quase 50 milhos de votos de Bolsonaro refletem a “indignação” e o “descontentamento” por parte dos eleitores brasileiros.
— É um sintoma da realidade nacional, do descontentamento, da indignação. A população busca alguém que se coadune com as aspirações daquele eleitor, naquele momento e naquela ocasião. Essa é a realidade que está aí: o desejo de mudança e de alteração de processo — disse Sartori a GaúchaZH.
Questionado sobre se estará aliado com Bolsonaro no segundo turno, o atual governador e candidato do MDB disse que é preciso aguardar a decisão da direção nacional do partido e também das siglas que formam sua coligação no Estado:
— Vamos estar junto com essa decisão coletiva, tanto do meu partido, MDB, quanto da coligação que vai se reunir e externar sua posição. Não será uma decisão pessoal — afirmou.
Já para Eduardo Leite, os 50 milhões de votos a favor de Bolsonaro demonstram descontentamento da sociedade com o modelo político atual:
— O que está aí, colocado na política tradicional, não nos representa e queremos algo diferente, algo novo. Tem diversas razões. Tem quem vota porque adere completamente às ideias dele e haverá quem vota porque está votando contra os outros. Em parte, há um sentimento anti-PT. Em parte, há um sentimento de "não queremos nada que está aí". E é o que aconteceu no país inteiro. A população está buscando romper com o que está aí.
Questionado sobre o segundo turno e qual candidato irá apoiar - Fernando Haddad (PT) ou Jair Bolsonaro -, Leite sinalizou que "o retorno do PT ao poder é muito pior".
— Faz mais mal ao país uma eleição do Partido dos Trabalhadores. Estar com Bolsonaro também é difícil diante de algumas posições que ele tem. Mas vamos aguardar essa semana. Tenho uma exclusão ao Partido dos Trabalhadores, pela forma como conduziram a economia. Eu entendo que a candidatura do PT traz mais problemas ao Brasil porque tem um modelo econômico que comprometeu a saúde fiscal do país, e isso gerou desconfiança e desemprego. E ainda tem um problema de ordem ética e moral, que é o candidato a presidente buscando conselhos dentro do presídio — afirmou, em referência ao ex-presidente Lula.
Sobre se essa rejeição ao PT o faria aderir a Bolsonaro no segundo turno, Leite explicou:
— Eu entendo que a candidatura do PT traz mais problemas ao Brasil. Isso significa que o outro modelo me representa inteiramente? Não. Tenho muitas críticas, especialmente em relação a posturas, sobre respeito às mulheres, diversidade e tudo mais. Mas talvez seja entre os caminhos, o melhor. Estou preocupado com o Brasil — disse.