A Feira do Livro de Porto Alegre não tem apenas livreiros casca-grossa, que, mesmo atingidos pela enchente de maio, reuniram forças para recomeçar e conseguiram botar de pé as tradicionais bancas na Praça da Alfândega. A feira também tem obras valentes.
Elas estão marcadas com um selo em uma das barracas mais procuradas do evento, mantida pela Livraria Espírita. Ligada à Federação Espírita do Rio Grande do Sul (Fergs), a editora teve a maior parte de seu estoque destruído pela catástrofe climática.
O depósito, localizado no 4º Distrito, chegou a acumular 1m50cm de água.
Nada menos do que 21 mil exemplares se perderam. Sobraram 5 mil, nas prateleiras mais altas. Eles foram retirados, higienizados e hoje estão na feira com o a etiqueta “Livro Valente - Sobrevivente da enchente de 2024”. São vendidos com valores a partir de R$ 10.
— É uma marca. A vida da gente é feita disso. E é, também, uma forma de apostar no recomeço — diz Roseni Siqueira Kohlmann, gerente editorial da livraria.
— Mesmo gente que não é espírita tem vindo à banca especialmente para comprar um dos títulos com o selo, pelo simbolismo e também para ajudar — complementa a vendedora Silvana Martini.
Nesta semana, teve início a reforma da livraria, que segue fechada. A previsão de reabertura é para março de 2025.