A bailarina e coreógrafa Iara Deodoro partiu em setembro, aos 68 anos, mas seu legado segue vivo. Mais do que isso: os movimentos que ela criou e disseminou agora estão registrados em uma biblioteca digital. O projeto será apresentado nesta segunda-feira (25) nas redes sociais.
Expoente da dança afro-gaúcha, Iara foi uma das fundadoras, há 50 anos, do Instituto Sociocultural Afro-Sul Odomodê, espaço de referência da cultura negra em Porto Alegre.
A entidade revolucionou a música, a dança e o Carnaval no Rio Grande do Sul, além de realizar um trabalho exemplar na luta contra o racismo.
Antes de morrer, Iara participou das gravações do projeto da biblioteca. Coordenada pela bailarina Mônica Dantas, professora do curso de Dança e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFRGS, a iniciativa selecionou dez movimentos, que foram registrados em quatro formatos (incluindo avatares dançantes).
— Iara sempre teve um olhar crítico para as desigualdades e fez de sua carreira uma luta pelo reconhecimento da cultura negra, marginalizada no Brasil. Nada mais justo do que documentar e favorecer a presença desses artistas em ambiente digital —diz Mônica.
O lançamento será nesta segunda-feira (25) às 20h, no perfil @afrosul.odomodeoficial no Instagram.
Em dezembro
No dia 3 de dezembro, a partir das 19h30min, o elenco da Biblioteca Digital se apresentará na sede do Afro-Sul, para marcar as comemorações dos 50 anos do grupo que Iara e o marido, Paulo Romeu, criaram juntos.