Começa nesta sexta-feira (1º), às 10h, mais uma edição da Feira do Livro de Porto Alegre. E esta será especial, por pelo menos dois motivos.
Primeiro, porque 2024 marca as sete décadas do evento literário que talvez seja um dos mais autênticos do país. A feira não tem pirotecnia, resiste às catracas e à cobrança de ingressos, é aberta, livre, democrática, gaúcha.
Em resumo, virou parte da identidade cultural da Capital e é única no Brasil justamente por isso. A gente se identifica com ela. É nossa. Ela fala porto-alegrês.
O outro motivo tem a ver com superação e persistência. Basta lembrar que, menos de seis meses atrás, o reduto dos livreiros estava literalmente embaixo d’água, de um jeito que jamais esqueceremos.
A Praça da Alfândega submergiu na maior catástrofe ambiental da história do Rio Grande do Sul. Foi triste ver o lugar coberto de lama. Jardins, bancos, monumentos, ladrilhos: tudo virou Guaíba.
As marcas da tormenta ainda estarão por lá nesta sexta-feira de festa, mas o que parecia impossível foi feito. Com 72 bancas, mais de 740 sessões de autógrafos e quase 2 mil autores, a Feira do Livro está de pé outra vez, no mesmo lugar onde sempre esteve, como se dissesse, sob os guapuruvus e jacarandás floridos:
— Estamos vivos, sobrevivemos. Venham, venham para a praça!
Um convite para você
Neste sábado (2), às 18h, vou mediar um bate-papo gratuito na Feira do Livro com os jornalistas André Malinoski, Marcelo Gonzatto e Rodrigo Lopes, do Grupo RBS, sobre os bastidores da cobertura da enchente.
Será na Sala O Retrato, do Espaço Força e Luz (Rua dos Andradas, 1.223). Apareça!