O Mercado Público e a Praça da Alfândega ainda estão circundados pelas águas da cheia histórica do Guaíba. Na tarde deste domingo (12), os efeitos da enchente eram significativas nestes e em outros pontos emblemáticos do Centro Histórico de Porto Alegre.
Barcos ainda podem ser vistos pelas vias da área central. Peixes mortos boiam em meio ao lixo que toma conta das ruas. Os contêineres também flutuam em alguns lugares.
A professora Gabriela Oliveira, 44 anos, olhava da Avenida Borges de Medeiros para o Mercado Público. Ela vive no Centro Histórico e estava parada em uma parte seca a poucos metros de distância da Rua José Montaury. A água estava alta neste trecho. Três peixes mortos completavam a cena.
— É ruim por saber a situação das pessoas. Estou sem água, mas agora tenho luz. Olha quanto lixo — destacou a docente.
Autônoma e moradora do bairro Cascata, Priscila Velleda, 37, tirava fotos tendo o Mercado Público ao fundo.
— Nunca vi nada assim — comentou ela, que trabalha no Centro.
A Rua General Câmara (antiga Ladeira) segue com água no cruzamento com a Rua dos Andradas. A água avança em direção às lojas Rainha das Noivas, 1.256, e Usina do Corpo Academia, 1.258. Na Rua Uruguai, a água cobre um trecho extenso. Ao fundo, se vê o Paço Municipal alagado.
Na Praça da Alfândega, a água também se espraia e avança, além da escultura dos poetas Carlos Drummond de Andrade e Mario Quintana. Os dois têm água na parte dos pés. No prédio do banco Safra, há uma barricada com sacos de areia.
Na esquina da Andradas com a Rua Caldas Júnior foi feito um trapiche improvisado. Um barco chegou trazendo combustível. Já na esquina da General Bento Martins com a Andradas, outra embarcação partia. Dois homens levavam mantimentos para pessoas em um condomínio da região.
A Travessa dos Cataventos da Casa de Cultura Mario Quintana permanece alagada. Pessoas também tiravam água de rodo de dentro do Sebo Café Riachuelo, que fica quase ao lado do antigo Hotel Majestic, onde viveu o poeta alegretense.