Demorou. O Instagram, com mais de 2 bilhões de usuários no mundo (cerca de 130 milhões só no Brasil), finalmente começou a impor restrições a contas de menores de 16 anos. É o “modo adolescente” na rede nem sempre social.
Nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e na Austrália, as mudanças já estão sendo aplicadas e o processo deve ser concluído até o fim deste mês. Na União Europeia, a previsão é até o final de 2024. Por aqui, só em 2025. Ainda assim, é uma boa notícia.
As medidas são uma resposta da Meta, a big tech responsável pela plataforma, às pressões de pais, educadores, pesquisadores e médicos frente aos impactos negativos na saúde mental da garotada. As redes (e tudo o que vem com elas) estão fazendo estrago na cabeça de meninos e meninas numa fase da vida que, por si só, já é difícil.
Você sofria bullying na escola? Talvez as agressões (físicas ou psicológicas) tivessem outro nome, mas quase todo mundo passou por alguma situação, no mínimo, constrangedora. Agora imagine isso multiplicado por mil nas telas dos celulares.
Com as mudanças prometidas pela Meta, as contas dos adolescentes serão privadas (eles só poderão interagir com perfis quem aceitarem como amigos), com controle de conteúdo sensível (como posts sobre violência, sexo e procedimentos estéticos), recursos antibullying em comentários e mensagens (para filtrar termos ofensivos), modo noturno (rede silenciada à noite) e supervisão (os pais poderão saber com quem os filhos estão conversando).
Se isso vai ser suficiente? Não sei, mas é melhor do que nada.
Espertinhos
Você deve estar pensando que os adolescentes podem simplesmente mentir a idade para escapar das restrições. Podem. Contra isso, a Meta promete uma saída tecnológica. A empresa está desenvolvendo uma ferramenta para reconhecer os engodos e enquadrar os espertinhos nas regras.