Por sorte, não foi aqui, mas a cena política bizarra (para não dizer vergonhosa) exibida em rede nacional no último domingo (15), em São Paulo, serve de alerta. Onde vamos parar?
Estou falando da “cadeirada” desferida “ao vivo e a cores”, no debate entre candidatos à prefeitura de São Paulo, na TV Cultura.
Depois de ser provocado pelo inconsequente “ex-coach” Pablo Marçal, do PRTB, o adversário José Luiz Datena, do PSDB, partiu para cima do desafeto com uma cadeira na mão. Uma cadeira! É o fim da várzea, como se diz lá no Interior.
Você pode até detestar a política, mas ela não deixa de ser um espelho da sociedade. Vivemos uma derrocada civilizatória.
Marçal é o novo nome a beber do discurso antipolítico que tem conquistado adeptos no Brasil. Apresenta-se com um estilo agressivo e debochado, diz ser o candidato “fora do sistema”, usa e abusa de vídeos “lacradores” nas redes sociais, não tem limites.
Mais cedo ou mais tarde, estava na cara que ele iria conseguir tirar algum de seus rivais do sério. Datena, o ex-apresentador de TV, errou ao perder as estribeiras. A agressão nunca é a solução, e quem perde são os eleitores. É um péssimo exemplo.
E o que nós, aqui no Rio Grande do Sul, temos a ver com isso? As campanhas eleitorais na capital paulista costumam ser uma espécie de “laboratório” das tendências da política brasileira nacional. Isso sem falar da visibilidade da disputa, que também tem o poder de ditar comportamentos.
Não quero ser pessimista, mas não duvido que o "estilo Marçal" encontre terreno fértil país afora. Inclusive aqui. Dentro e fora da política.