Entre os morros que formam o Vale do Rio Pardo, está um município de 8,5 mil habitantes, em sua maioria descendentes de alemães, chamado Sinimbu. Conheço o lugar desde menina, por laços familiares.
A cidade de poucas e bem-cuidadas ruas, de casas com jardins floridos, de gente que dá “bom dia” e se orgulha de ser “da colônia”, foi uma das atingidas pela chuva inclemente que, mais uma vez, assombrou o Rio Grande do Sul nos últimos dias.
Costeada pelo Rio Pardinho, de tantos banhos e pescarias, Sinimbu submergiu. O leito amigo virou fera indomada. Cobriu casas, comércios, escolas, estradas, pontes e repartições públicas. Arrastou postes, derrubou paredes e destruiu lavouras, como não lembro de ter visto. A maior parte do município ainda está incomunicável. Não se sabe se como, de fato, estão as pessoas.
Nos grupos de WhatsApp, familiares e amigos compartilham imagens da tragédia em tempo real. Na rádio Gaúcha, com o coração na boca, ouvi a prefeita Sandra Backes dizer que “não sobrou nada”. Inevitável lembrar da enchente que destruiu o Vale do Taquari em 2023.
Não sei como será daqui para frente, mas de uma coisa tenho certeza: o espírito de união e a capacidade de mobilização da comunidade serão mais fortes do que a fúria do clima.