Às vezes, a inteligência artificial (IA) soa distante da realidade das “pessoas comuns” (nós, reles mortais). Você aí, que está lendo este texto, já não se perguntou como a IA, de fato, vai afetar a sua vida? Em Porto Alegre, é bem possível que a maioria dos usuários do transporte público nem imagine, mas cada um dos ônibus da frota já está sendo monitorado em tempo real com a ajuda da nova tecnologia.
Os tais algoritmos e o aprendizado de máquina são a base de um software chamado Optibus, de origem israelense, que entrou em ação em fevereiro, junto de outros “bots”, no Centro de Controle Operacional de Transportes (CCOt), da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
Fui até lá para ver a coisa de perto e tentar traduzir em “língua de gente” o que a parafernália cibernética significa e como pode melhorar a vida dos passageiros na prática.
Primeira impressão: quando entrei na sala, me surpreendi com um conjunto de telas digitais exibindo uma profusão de dados e indicadores de desempenho.
Ali, é possível saber, por exemplo, exatamente quantos ônibus estão na rua e se estão respeitando a tabela horária. Há inclusive medidores que apontam o percentual de viagens previstas e realizadas e a pontualidade dos veículos.
Com base nisso, os técnicos estão conseguindo melhorar a fiscalização sobre as empresas que operam as frotas. Os novos programas permitem cobrar melhorias das operadoras com base em informações mais consistentes e detalhadas, o que antes era quase impossível.
O planejamento da malha de transporte também se profissionalizou, porque agora a IA simula novas linhas e paradas com a máxima eficácia — não existe mais “chutômetro”.
O secretário de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, reconhece que ainda há um longo caminho pela frente para tirar o máximo desses sistemas, mas ele é otimista. E está certo nisso. Os servidores e as empresas ainda estão aprendendo a lidar com a IA, que abre um mundo de novas possibilidades e melhorias — desde que bem aproveitada.
Sistemas inteligentes
- São três principais sistemas de inteligência artificial (IA) em operação no Centro de Controle dos ônibus da EPTC
- Um deles é o Optibus, mencionado acima e presente em 36 países (e mais de 2 mil cidades). Além dele, há o GOOL System e o FLITS
- Ambos reforçam o gerenciamento da operação das empresas de transporte de passageiros, com a possibilidade de intervenção em tempo real. Os programas são capazes de apontar incidentes ou falhas em andamento e permitem a comunicação direta e imediata com a tripulação em trânsito