O jornalista Caio Cigana colabora com a colunista Juliana Bublitz, titular deste espaço
Ao mesmo tempo em que a supressão da vegetação campestre típica do Pampa preocupa, nas florestas o bioma é exceção no país. Foi o único que não perdeu área de matas naturais nos últimos 38 anos, conforme estudo divulgado pelo projeto MapBiomas.
De acordo com o levantamento, foi verificada uma relativa estabilidade entre 1985 e 2022, com a manutenção de uma extensão de aproximadamente 2,2 milhões de hectares. Na verdade, o MapBiomas registra até um pequeno ganho do espaço das florestas naturais de 2%, ou 30 mil hectares.
Mesmo que as florestas ocupem uma pequena parte do Pampa, apenas 11% da área total, é uma notícia positiva por não confirmar a tendência de desmatamento nos demais biomas (veja os dados ao abaixo). Os números não incluem a silvicultura.
Segundo o pesquisador do projeto MapBiomas Eduardo Vélez, a percepção é de que tem ocorrido uma espécie de adensamento de áreas florestais junto às manchas de mato existentes. Como se as bordas fossem se expandindo. Mas não é um fenômeno disseminado. Ocorreu concentrado na Serra do Sudeste, região de relevo acidentado e de características mais florestais na comparação outras partes do bioma.
Em relação à vegetação campestre que o simboliza, o Pampa perdeu 9,2 milhões de hectares desde 1985, o equivalente 32% da área de campos nativos existente há 38 anos.
Variação das áreas de florestas naturais nos últimos 38 anos
Cerrado -27%
Média dos biomas -15%
Amazônia -13%
Pantanal -13%
Caatinga -11%
Mata Atlântica -6%
Pampa +2%