Depois de um hiato de duas décadas, o pintor, escultor, gravurista e ilustrador Siron Franco, reconhecido no Brasil e no Exterior, volta a Porto Alegre com uma exposição individual e inédita.
Com curadoria de Gabriel Pérez-Barreiro, "Armadilha para Capturar Sonhos" vai exibir, a partir de 16 de agosto, no Farol Santander, 63 telas que percorrem nada menos do que seis décadas de produção do premiado artista goiano.
Parte das obras nunca foi apresentada ao público. O conjunto compõe a coleção particular de Justo Werlang e retrata temas bem variados na trajetória de Siron, como o cosmos, as questões existenciais humanas, a natureza e as injustiças sociais.
A exposição ficará em cartaz até 22 de outubro, sempre de terças a sábados, das 10h às 19h, e aos domingos e feriados, das 11h às 18h (com último acesso para visitação uma hora antes de fechar o espaço). Os ingressos custam R$ 17 no valor inteiro e R$ 8,50 para quem tem direito a meia-entrada e podem ser adquiridos no site do Farol e no local (Rua Sete de Setembro, 1028).
Rua 57
A seleção inclui obras produzidas entre 1973 e 2023, com destaque para o chamado "núcleo Césio". Esse recorte traz um conjunto expressivo das telas ligadas ao trágico acidente radioativo, ambiental e humano que ocorreu em Goiânia, em setembro de 1987, com pinturas de sua série mais conhecida, Rua 57.
A série desencadeou uma mudança paradigmática na produção do artista: as obras que ele produziu em consequência do desastre ‒ a maioria delas realizada com terra vermelha de Goiânia, no momento histórico daquele acidente nuclear, retratando mapas, casas e vítimas ‒ estão entre as mais importantes da história da arte brasileira.
Porto Alegre
A última mostra individual de Siron em Porto Alegre ocorreu em 2001, no antigo Centro Cultural Aplub, coma série de objetos escultóricos intitulada "Casulos". Antes disso, em 1999, o artista ganhou uma retrospectiva no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs).