Mais de R$ 1 milhão por dia. Um milhão! Desculpe ficar repetindo a cifra, mas é impossível “fingir normalidade”, como dizem os “memes” nas redes sociais.
Esse é o valor que o jogador Neymar vai receber no seu novo clube, o Al-Hilal, no Oriente Médio, confirmado nesta terça-feira (15) em anúncio oficial. Nada menos do que 80 milhões de euros por ano, o equivalente, hoje, a cerca de R$ 430 milhões. Algo como R$ 1,17 milhão a cada nascer do sol ou R$ 50 mil por hora.
Cinquenta mil reais em míseros 60 minutos!
A primeira coisa que me veio na cabeça quando li a notícia foi: quando um trabalhador brasileiro haveria de ganhar uma soma desse tamanho em vida? Nem na vida, nem na morte.
Nós, reles mortais, seguiremos trabalhando dia após dia e não chegaremos nem perto do que o atacante brasileiro vai embolsar. Isso que Neymar está longe de ser considerado uma unanimidade ou um exemplo de conduta. Mérito dele, claro, depois de ter sido rejeitado por cinco clubes da Europa.
Não vou discutir aqui o talento do camisa 10 - isso eu deixo para os entendidos. Mas não posso me furtar de observar o quanto é assombroso, desproporcional e fora da realidade o volume de dinheiro envolvido no negócio que virou o futebol.
Sim, porque, ao que parece, o esporte mais popular do mundo está cada vez mais atrelado a cifras, a operações bancárias superlativas, a milionários da Arábia Saudita e a lucros estratosféricos.
Tudo isso, é bom ressaltar, em cima da paixão alheia, de quem, muitas vezes, não ganha nem mesmo um salário mínimo e mal consegue pagar as contas. De quem nem sempre tem o que comer.