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A Inteligência Artificial (IA) tem sido usada cada vez mais na produção de conteúdo, principalmente na geração de texto e na criação de mídias, como imagens e vídeos. Isso é possível graças ao avanço da linguagem natural e da aprendizagem profunda, que permitem que as máquinas compreendam e criem de forma mais humana (...) No entanto, o uso da IA na produção de conteúdo também envolve alguns desafios. Um deles é a qualidade do conteúdo gerado (...) Ainda é difícil alcançar a mesma qualidade e profundidade de um conteúdo criado por um ser humano.
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O texto acima foi escrito por um robô. Isso mesmo. Do início ao fim, em português, a meu pedido. Usei o sistema autônomo ChatGPT, lançado no início de dezembro pela OpenAI, uma organização do Vale do Silício, nos Estados Unidos.
A empresa teve entre seus fundadores um grupo de pesquisadores, filantropos e empresários, entre eles Elon Musk, com a missão de “garantir que a IA beneficie toda a humanidade”.
Em alguns dias, a ferramenta (por enquanto gratuita) ultrapassou a marca de um milhão de usuários. É realmente impressionante o nível de sofisticação da coisa.
Funciona como um chat (veja abaixo), isto é, um ambiente virtual de conversa. Você abre a plataforma no computador ou no celular, digita ali o que deseja (por exemplo: “Crie uma peça de teatro”), e, em segundos, a máquina entrega um texto inteiro na sua frente, com lógica e vocabulário consistente. Sim, é algo incrível e assustador ao mesmo tempo, porque funciona.
No pedido que fiz ao sistema, digitei o seguinte: “Escreva sobre o uso da IA na produção de conteúdo e os desafios envolvidos”. Curioso é que a máquina reconheceu os riscos implícitos à revolução em curso. Citou a “preocupação de que a IA possa ser utilizada para gerar conteúdo falso ou enganoso” e os perigos de propagar discursos de ódio e intolerância.

“A IA”, escreveu o robô, “é treinada com base em dados, e se esses dados não forem diversos e inclusivos, isso pode levar a conteúdo gerado que reflete apenas uma parte da sociedade e perpetua estereótipos e preconceitos”.
Mais do que técnico, o desafio tem um viés moral e ético. Por aqui, fique tranquilo: ainda que nem sempre acerte, a coluna seguirá sendo escrita por mãos e mentes humanas.
A saber
A OpenAI também é a criadora do software Dall-E, que já está em sua segunda versão e viralizou por ser capaz de criar imagens (usando inteligência artificial) a partir de descrições textuais. O programa surgiu em 2021 e segue impressionando pelos resultados.
Bilionária
Segundo reportagem publicada pelo Wall Street Journal, em Nova York, da última semana, a OpenAI pode se tornar uma das startups mais valiosas dos Estados Unidos. A empresa está sendo avaliada pela bagatela de US$ 29 bilhões no mercado.