Um projeto da Escola de Saúde da Unisinos, em parceria com a startup Biosens e a Casa dos Raros, recebeu a nota mais alta em um edital lançado pela Finep, ligada ao Ministério da Ciência, para alavancar pesquisas sobre doenças raras.
O foco é a Atrofia Muscular Espinhal (AME), enfermidade degenerativa, ainda sem cura definitiva e de difícil identificação, mas que tem tratamento - recentemente, a doença mobilizou a sociedade gaúcha na campanha de apoio à pequena Bella Vetter Kottwitz, de sete meses.
— As pessoas passam por vários especialistas até receber o diagnóstico de uma doença rara. Juntamos o conhecimento com a ideia de facilitar o diagnóstico de uma das doenças que mais tem sido pesquisada atualmente. Recentemente, a AME teve uma terapia gênica aprovada para tratamento e, nesse contexto, alternativas para agilizar e reduzir custos de diagnóstico são fundamentais — diz André Anjos da Silva, professor e coordenador médico do curso de Medicina da Unisinos.
Os pesquisadores receberão R$ 2 milhões para desenvolver um biossensor capaz de detectar a presença ou não de uma proteína chamada SMN - ela é ausente em pacientes com AME. Na prática, significa que o teste poderá ser aplicado em bebês, logo após o nascimento, e acelerar o diagnóstico da doença.
A Biosens será responsável pela tecnologia envolvida e já tem experiência com biossensores para outras condições clínicas. Já a Casa dos Raros, um centro integral de assistência, pesquisa e formação em doenças raras com sede em Porto Alegre, fará o recrutamento de pacientes e as testagens. O projeto deve ser desenvolvido em 36 meses.