Com câmeras destinadas originalmente a monitorar animais silvestres, a Secretaria do Meio Ambiente de Caxias do Sul deu início a uma ofensiva para autuar os (ir)responsáveis pela formação de 1,2 mil lixões ilegais no município. Equipamentos foram posicionados em locais estratégicos e já flagraram duas pessoas descartando resíduos de forma irregular em áreas verdes. A multa inicial é de R$ 2 mil, mas pode chegar a R$ 40 milhões.
— As penalidades são drásticas com propósito didático. As pessoas precisam entender as consequências dos seus atos. O que se faz no meio ambiente diz respeito à vida de todos — afirma o titular da pasta, João Osório Martins.
Conforme o secretário, a primeira consequência do descarte incorreto de resíduos é a contaminação das águas, a partir do lençol freático.
— O chorume resultante da decomposição de matéria orgânica se infiltra pela terra e acaba atingindo as águas de superfície. O lençol freático está dois metros, em média, abaixo do solo. Então, ali ocorre um apodrecimento. Às vezes, nem apodrecimento, porque estes infratores jogam líquido diretamente na terra. Este líquido desce e atinge o lençol freático. Como consequência, nossas vertentes estão 99% contaminadas — adverte Martins
A prefeitura avalia a aquisição de mais "armadilhas fotográficas" para ampliar o monitoramento em todo o território.