A jornalista Raíssa de Avila colabora com a colunista Juliana Bublitz, titular deste espaço
A artista plástica porto-alegrense Carmem Seibert, 76 anos, transformou um acidente de trânsito que sofreu em inspiração. Dois anos atrás, enquanto conduzia o Kadett branco que a acompanhava há mais de 20 anos, foi atingida por um outro veículo devido a uma desatenção do motorista. Ela sofreu ferimentos leves e se recuperou bem, mas os estragos em sua “carroça chique”, como ela apelidava o carro, deram à artista a ideia de utilizar portas de automóveis como tela, junto com aplicações de garrafas, cálices e cacos – tudo que remete à combinação perigosa entre álcool e direção.
— Esse trabalho foca no consumo de álcool, mas também busca falar sobre outros perigos na direção, como o uso do celular, desrespeito às sinalizações de trânsito e desatenções — conta.
As obras estão atualmente nas proximidades da Praça Desembargador Washington de Barros Monteiro, ao lado do Viaduto Antártica, em São Paulo. Agora, Carmem busca parcerias para expor a iniciativa também na capital gaúcha. Em maio e junho, suas peças foram apresentadas na Bienal do Lixo, no Parque Villa Lobos, também em São Paulo. Foram 11 esculturas feitas a partir de garrafas e cinco portas com aplicações em vidro.