Porto Alegre está entre as três cidades da Região Sul que mais investiram em 2021 (veja abaixo), segundo ranking divulgado nesta semana pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP). O levantamento faz parte do anuário "Multi Cidades - Finanças dos Municípios do Brasil".
De acordo a pesquisa, Curitiba (PR), com 1,9 milhão de habitantes, registrou o maior investimento da região, estimado em R$ 444 milhões, em valores corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em seguida, na segunda colocação, vem a Capital gaúcha, com 1,5 milhão de moradores e um montante de R$ 383,7 milhões, e, em terceira posição, vem Maringá (PR), com 436,4 mil habitantes e R$ 194 milhões investidos.
Considerando os 10 primeiros da lista, além de Porto Alegre, o Rio Grande do Sul tem Caxias do Sul, na Serra, em oitavo lugar. No cenário nacional, liderado por São Paulo, Fortaleza e Belo Horizonte, nesta ordem, Porto Alegre é a 12ª colocada.
- Estamos priorizando os investimentos também em 2022. Devemos superar o montante já aplicado em 2021 - projeta o secretário municipal da Fazenda, Rodrigo Fantinel.
Embora a Capital gaúcha tenha conquistado uma boa posição no ranking, é importante fazer uma ressalva: o valor investido pelo município ainda é bastante baixo, se comparado à despesa total. Em 2021, os gastos ficaram próximos de R$ 8,5 bilhões. O aporte em questão, portanto, não passou de 5% das despesas, o que se repete na maioria dos municípios e Estados brasileiros.
Redução geral
Segundo o estudo da FNP, os investimentos dos municípios brasileiros tiveram um recuo geral de 16,9% em 2021, em relação ao exercício anterior, considerando valores corrigidos pelo IPCA. Apesar disso, a queda, segundo os técnicos responsáveis, já era esperada. É que, historicamente, essa redução costuma ocorrer nos primeiros anos de gestão de prefeitos e prefeitas. Em geral, os aportes aumentam ao final dos mandatos.
Recursos próprios
A maior parte (53,1%) do dinheiro investido em infraestrutura municipal em 2021 veio de recursos próprios das prefeituras, conforme o estudo. A segunda fonte de dinheiro foram as transferências federais e estaduais (23,2%), seguidas de operações de crédito (16,5%). O resultado mostra que a reclamação de gestores municipais de que os governos locais são cada vez mais demandados e obrigados a arcar com os custos não é só “choro”.