A jornalista Raíssa de Avila colabora com a colunista Juliana Bublitz, titular deste espaço
Para diversificar hábitos, a Biblioteca Pública do Estado está lançando o projeto Leia uma Autora. Criada em parceria com a agência DZ Estúdio, a ideia é simples, mas potente: pelo celular, o usuário acessa um site (leiaumaautora.com.br) e é convidado a apontar a câmera para um livro clássico escrito por um homem. Com base na escolha, o sistema indica mais uma boa leitura, de tema semelhante e autoria feminina, disponível no acervo da instituição.
— A ideia nasceu baseada em um dos principais problemas que encontramos hoje, que é a disparidade entre gênero na literatura também. Pensamos então em como poderíamos gerar mais visibilidade para obras escritas por mulheres, de forma simples e engajadora — conta a diretora da Biblioteca Pública, Morgana Marcon.
A coluna fez o teste com uma obra de García Márquez e recebeu a dica de ler Isabel Allende - “mulher que, assim como ele (Márquez), possui grandes obras, dignas de reconhecimento”, nas palavras do site.
Já são mais de 300 indicações de autoras a partir do cruzamento de obras do acervo da Biblioteca do Estado, porém, a tecnologia funciona em qualquer formato de livro, tanto físico quanto digital, desde que a obra esteja mapeada no sistema. Para mais informações visite o Instagram @leiaumaautora.
Você sabia?
No século 19, autoras preferiam escrever sob pseudônimos masculinos ou neutros, que não chamassem atenção. Muitas tinham medo de represálias e de sofrer preconceito entre os leitores (para alguns, obras femininas seriam “fúteis”). Até hoje, algumas mulheres usam a estratégia - como J.K Rolling, em Harry Potter, e Gillian Flynn, em Garota Exemplar.