Juliana Bublitz

Juliana Bublitz

Jornalista, mestre em Desenvolvimento Regional e doutora em História Social, ingressou no Grupo RBS em 1999. Participou de coberturas marcantes como repórter de GZH, ZH e Rádio Gaúcha.

História de amor
Notícia

Na estrada, viajando sem pressa, como nos velhos tempos: conheça Lu Gastal e a Kombi Erva-mate

Para a produtora de conteúdo Luciana Kaempf Gastal, viajar de Kombi é quase uma terapia

Juliana Bublitz

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A Kombi verde e branca ano 2004 - carinhosamente apelidada de “Erva-mate” - viaja sem pressa, como nos velhos tempos. No painel, um ventilador de pás azuis é companheiro nos dias de calor. Pendurado no espelho retrovisor, o personagem Topo Gigio (famoso na TV brasileira nas décadas de 1970 e 80) sorri para a motorista. Sobre os bancos de couro marrom, uma manta multicolorida de croché enfeita e aquece. Ali também está a boneca “Gasolinda”, com quem a criadora divide as aventuras na estrada.

Luciana Kaempf Gastal, 51 anos, é produtora de conteúdo, adepta do “fazer manual” e conhecida de muita gente pelas participações no programa “É de casa”, da Rede Globo. Vive entre Porto Alegre e Cachoeira do Sul, mas é do mundo. E sempre sonhou em ter uma Kombi.

O icônico modelo da Volkswagen marcou o início do namoro de Lu com o marido, Claudio Gastal, em Pelotas, há 30 anos. Gastal, hoje secretário de Estado, levava a namorada (então de cabelo vermelho curtíssimo) para passear no antigo veículo. Os dois casaram, tiveram duas filhas e viveram uma linda história de afeto e cumplicidade. 

Mas a vida, você sabe, a vida gosta de pregar peças. A pandemia chegou e bagunçou tudo. Com o casamento em crise e a perda inesperada do pai para um câncer, Lu foi morar no interior do RS e decidiu comprar uma Kombi para usar no trabalho.

No fim, o amor falou mais alto. Em setembro de 2021, com Gastal outra vez ao seu lado, ela foi a São Paulo buscar a sua “Erva-mate”. Os dois voltaram dirigindo até Pelotas, onde selaram o recomeço. Desde então, a Kombi se tornou companheira em momentos especiais, longe da correria do dia a dia, com paradas estratégicas no caminho para saborear cafés demorados, engatar longas conversas e fazer amigos.  

— É um respiro, uma forma de parar, olhar para dentro e para as pessoas ao redor, de garimpar coisas legais na estrada, de viajar com calma. A Kombi virou isso: um símbolo de amor — resume Lu, enquanto prepara as malas para mais uma viagem.

Velha senhora

Volkswagen / Divulgação
Foto da Kombi nº1 fabricada no Brasil

A Kombi chegou ao Brasil em 1950, importada da Alemanha. Sua trajetória, de certa forma, se mistura com a história da indústria automotiva no Brasil. A produção nacional começou em 2 de setembro de 1957 (veja a foto do primeiro exemplar ao lado), na fábrica da Volkswagen em São Bernardo Campo (SP). A última Kombi foi produzida no país 56 anos depois, em 19 de dezembro de 2013, para tristeza de muita gente. Aqui, somou 1,56 milhão de unidades vendidas.

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