Saiu o resultado final da análise de todos os 14 sensores sísmicos responsáveis por captar os efeitos da implosão do antigo prédio da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), em Porto Alegre, no início de março. Segundo o engenheiro Enrique Munaretti, professor do Departamento de Minas da UFRGS e sócio da Nitro (empresa responsável pelo trabalho de controle de danos), o relatório confirmou as conclusões iniciais.
— Não houve vibração ou ruído em excesso. Os resultados ficaram dentro das normas brasileiras e internacionais — diz Munaretti.
A avaliação é essencial para verificar o impacto da detonação em estruturas vizinhas. Demolições com barulho e tremor acima do padrão podem gerar trincas em edificações próximas.
Contratada pela FBI, que liderou toda a operação, a Nitro utilizou dois tipos de sensores no trabalho: sismógrafos convencionais e equipamentos remotos com monitoramento sísmico via rádio - estes, fornecidos pela ITS-Solver, de São Paulo.
Os aparelhos foram espalhados junto ao prédio (sendo que os sensores remotos chegaram a ser enterrados) e nos arredores (inclusive em um hotel). Essa configuração, segundo Munaretti, permitiu registros precisos e, no caso dos equipamentos via rádio, segurança redobrada para os profissionais envolvidos.
Ao final, o único dano externo provocado pela implosão (que envolveu 200 quilos de explosivos) foi uma janela de vidro quebrada no prédio do Instituto-Geral de Perícias (IGP), ao lado da antiga SSP, sem consequências graves.