Uma tendência mundial - que une qualidade de vida, esporte, lazer e paixão por viajar - ganha força no Rio Grande do Sul: o turismo de bicicleta. Com 118 rotas já mapeadas em 18 regiões, integrantes da recém-criada Câmara Temática do Cicloturismo têm uma meta ambiciosa: interligar os trajetos e estruturá-los para transformar o RS em um “Estado bike friendly” - isto é, amigo do ciclista.
Ainda que leve tempo, a iniciativa é promissora. Entre os 118 percursos identificados, tem um pouco de tudo: trilhas, rotas, roteiros, caminhos rurais, circuitos, ciclofaixas e ciclovias. Há itinerários mais estruturados, com operadores oficiais, como na Rota Romântica (foto acima, em São Francisco de Paula), e outros menos. O levantamento ainda não acabou (falta esquadrinhar nove regiões).
A ideia, segundo Álvaro Machado, responsável pelo segmento na Secretaria de Turismo do Estado, é projetar melhorias (como sinalização e pontos de apoio) e, no futuro, lançar um site ou aplicativo para reunir todas as informações.
— Resolvemos criar a câmara (são 30 membros, do setor público e de entidades) para discutir políticas públicas para a área. Queremos que o RS se torne um Estado que possa ser todo percorrido de bike. Conectar essas linhas é o nosso grande objetivo — diz Machado.
Coordenador de mobilidade e rotas da Associação Gaúcha de Cicloturismo, Guilherme Rodrigues cita a EuroVelo (Rede Europeia de Ciclovias) como uma fonte de inspiração:
— É um ótimo exemplo. Aqui, houve um boom no cicloturismo durante a pandemia. Temos muitas rotas sendo criadas e isso pode trazer ganhos ao RS. É um bom momento.
Segundo um estudo da Federação Europeia de Ciclismo, o impacto da atividade chega a 150 bilhões de euros por ano nos países que compõem o bloco. Já pensou se essa moda pega por aqui?
Investimentos
O programa Avançar, do governo do Estado, prevê investimento de R$ 18 milhões, ao longo deste ano, para turbinar 11 trajetos do tipo - entre eles, estão as ciclovias de Bento Gonçalves (Rota dos Vinhedos), Estrela (Rota do Cristo) e Farroupilha (Rota da Cerveja). Há ainda uma contrapartida de R$ 17 milhões dos municípios envolvidos e mais R$ 2 milhões da Consulta Popular (nesse caso, para a região de Portão e os vales do Taquari e do Paranhana).
Principal desafio
Na avaliação de Daniel Hunger, sócio da Pedalando no Sul, operadora oficial do circuito de cicloturismo da Rota Romântica (que liga 14 municípios entre o Vale do Sinos e a Serra), um dos desafios à frente é estruturar roteiros já existentes.
Isso significa garantir segurança e sinalização dentro das normas e orientar as comunidades para que se engajem e também se beneficiem desse tipo de turismo, em especial nas zonas rurais.
— É aí que pode entrar o Estado. Existem muitos circuitos amadores, mas é importante que os municípios sejam orientados sobre a parte técnica, inclusive com operadoras especializadas, para qualificar as rotas — explica Hunger.
Projetos
Aos poucos, vou trazer aqui para a coluna alguns dos projetos previstos e em andamento. Aguarde!