A jornalista Raíssa de Avila colabora com a colunista Juliana Bublitz, titular deste espaço
No ambiente bélico das redes sociais, eles são casos raros de consenso. Influenciadores digitais de quatro patas, cães, gatos e afins acumulam milhares de seguidores - e, em alguns casos, até ajudam a pagar as contas em casa.
Moradora de Porto Alegre, Thamires Farias Martins, 29 anos, decidiu largar o trabalho em um escritório de advocacia para se dedicar integralmente ao perfil da Shih Tzu Moana (@hausmoana). Criada em 2019, a conta da cachorrinha - que divide posts com seu irmão, Aladin - é acompanhada por 78,6 mil pessoas. A imersão no mundo pet abriu portas a Thamires, que se dedica à construção de uma marca voltada ao segmento.
— É uma vida “antes e depois” da Moana. Comecei a estudar para produzir conteúdo para esse universo e me sinto realizada — conta ela.
Também na Capital, os tutores de Nemo (@nemo_ogolden), Janaina Possebon, 32 anos, e Luiz dos Santos Nunes, 36, ainda estão aprendendo a lidar com o sucesso do Golden Retriever de 11 meses. Um vídeo do filhote com preguiça de passear chegou a 55,4 milhões de visualizações e alçou a página à marca de 66,5 mil seguidores.
— A minha conta pessoal só tinha fotos dele, então resolvi criar um perfil para o Nemo. Tenho vontade de explorar melhor a plataforma, mas ainda não sei como — conta Janaina.
Tanto Thamires quanto Janaina acreditam que o interesse vem da vontade de acompanhar postagens que tragam bons sentimentos:
— São conteúdos leves, alegres, divertidos. É algo agradável aos olhos e aos ouvidos em um momento tão pesado, de pandemia, de guerra, de conflito. Traz amor para as redes — resume Janaina.