
Para evitar o choque de aves em aviões na região do aeroporto Salgado Filho, a Fraport está usando fogos de artifício. A novidade vem sendo explorada desde fevereiro em Porto Alegre.
Segundo a empresa, essa é uma das táticas usadas no monitoramento de fauna para garantir a segurança durante pousos e decolagens. Quando ocorre a queima dos fogos, as aves se afastam devido ao barulho.
O Rio Grande do Sul e a capital gaúcha têm leis que proíbem o uso de fogos de artifício quando ultrapassam os cem decibéis. A Fraport garante que respeita a legislação vigente.
"Esse método existe há mais de 15 anos no mercado, é considerado seguro, sendo utilizado em diversos aeroportos pelo Brasil, respeitando a legislação de cada localidade. O uso de fogos de artifício é apenas uma das técnicas utilizadas no gerenciamento de risco da fauna. A escolha das metodologias aplicadas varia conforme necessidade e eficácia, no intuito de garantir a segurança durante pousos e decolagens", informa a concessionária por meio de nota.
Em 1º de março, durante o pouso de um avião da Gol, o piloto da aeronave relatou ter identificado falcões mortos sobre a pista. A torre de controle solicitou a vistoria das equipes da Fraport no local.
Enquanto o procedimento era realizado, a pista precisou ficar fechada. Segundo a empresa, na ocasião foi retirada da pista a carcaça de um carcará.
No começo da noite do mesmo dia 1º, um foguetório foi identificado na região do aeroporto quando um voo da Azul realizava um pouso. A Fraport garantiu, porém, que não foi responsável pela queima de fogos.
Em outubro do ano passado, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) colidiu com uma ave nas proximidades do aeroporto Salgado Filho. A Aeronáutica confirmou o episódio e disse que o fato envolveu um pássaro de pequeno porte.
No início da sua concessão no aeroporto, quando ainda fazia gestão compartilhada com a Infraero, a Fraport chegou a se utilizar deste método. Porém, em 2018, suspendeu a prática.
Segundo um levantamento divulgado em dezembro pelo Australian Aviation Wildlife Hazard Group (AAWHG) - equipe criada pela aviação civil australiana - desde 1988, as colisões com aves causaram 262 mortes humanas. Além disso, 250 aeronaves foram destruídas em todo o mundo.