A empresa Planaterra foi contratada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para realizar as demolições das casas que serão desocupadas nas Vilas Areia e Tio Zeca. Essa é a primeira movimentação, depois de quase quatro anos, no sentido de concluir a nova ponte do Guaíba.
Ela também precisará se responsabilizar pela destinação do material demolido e fazer a guarda da área. O contrato terá prazo de validade de três anos.
Pelas remoções, a empresa irá receber R$ 18,5 milhões. Os recursos usados sairão do decreto de calamidade.
Porém, essa movimentação ainda deve demorar para ser iniciada. Primeiro, a prefeitura de Porto Alegre precisa acompanhar a transferência das famílias.
— A contratação irá servir para quando ocorrer a mudança das famílias. O Dnit irá fazer a demolição das casas e guarda da área, o que irá garantir que a área estará liberada quando reiniciarem os trabalhos para conclusão das alças da ponte do Guaíba - destaca o superintendente do departamento no Rio Grande do Sul, engenheiro Hiratan Pinheiro da Silva.
As famílias das Vilas Areia e Tio Zeca serão beneficiadas com o processo de compra assistida. Pelo cadastramento feito, 704 delas mudarão de endereço.
Elas escolherão uma casa e o governo federal se responsabilizará pelo pagamento. O valor do imóvel precisa ser de até R$ 200 mil.
Segundo a Secretaria Municipal de Habitação, a Caixa Econômica Federal, 26 contratos foram assinados até quarta-feira (6). Há expectativa que este número chegue a 40 ainda nesta semana.
— As pessoas não estão acostumadas a procurar um imóvel para adquirir. O costume é receber a chave onde o poder público as realoca. Muitos tem dificuldade em olhar o site da Caixa, escolher o imóvel, tratar com um corretor. Estamos vendo agora uma estratégia para que (a compra das casas seja) seja mais rápida — informa o secretário André Machado.
Somente depois que uma área grande estiver desocupada é que as maquinas começarão a ser movimentadas para demolir as casas vazias. Enquanto isso, o Dnit está desenvolvendo o projeto que irá contratar a empresa que irá concluir a construção da travessia. A expectativa da autarquia é que seja possível fazer a licitação ao longo do ano de 2025.
Quando as obras forem iniciadas, elas deverão durar pelo menos mais 12 meses. Dessa forma, é possível prever que o término da construção só irá ocorrer em 2027.
Promessas não cumpridas
Em março, o ministro da Casa Civil, Rui Costa chegou a dizer que a construção da nova ponte do Guaíba seria retomada até junho de 2024. Ele prometeu que a obra ficaria totalmente finalizada 12 meses depois.
Antes disso, em 2020, o então ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, garantiu que as quatro alças restantes seriam finalizadas em 2021. A promessa foi feita quando inaugurou parcialmente a travessia.
Já em 2018, o então ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, prometeu que a nova ponte do Guaíba já seria usada no final daquele ano. A obra só foi parcialmente liberada em 2020.